O ministro da Justiça foi um dos primeiros anunciados por Lula e se destacou em meio à mobilização para a segurança da posse
Antes mesmo de ser empossado, o novo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), tem chamado atenção da alta cúpula petista pela relação que vem fortalecendo junto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobretudo em meio à atuação na montagem do esquema de segurança para a posse presidencial.
Desde o episódio de manifestações violentas com tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal, em Brasília, falas de Dino começaram a repercutir na imprensa e entre os apoiadores do grupo petista, o que intensificou um protagonismo diante dos demais ministérios. O ministro foi responsável por acompanhar de perto os desdobramentos das investigações e deu coletivas sobre o caso e as prisões.
A presença de Dino nos holofotes ficou ainda maior após a tentativa de explosão de uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília e o alerta que os casos acenderam para a necessidade de reforço da segurança para a posse de Lula, que ocorreu sem intercorrências.
Antes da cerimônia, neste domingo (1º), Dino chamou atenção dos aliados petistas ao aparecer na Praça dos Três Poderes para cumprimentar apoiadores do presidente Lula que estavam em frente ao Ministério da Justiça. “Grande comparecimento popular e muita alegria”, escreveu, ao publicar um vídeo com a movimentação. As imagens mostram o grupo ecoando o nome de Dino.
O que circula nos bastidores da base petista é que o protagonismo de Dino pode posicioná-lo como um nome viável para suceder o presidente Lula, sobretudo pelo histórico de popularidade no meio político e social. Dino já foi juiz federal, governador do Maranhão por duas vezes, deputado federal e foi eleito senador em outubro do ano passado.
A possibilidade causa ciúmes em aliados mais próximos de Lula, sobretudo porque Dino não é filiado ao PT, mas ao PSB. Uma alternativa aventada é a indicação de Dino para ocupar uma das cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficarão vagas com as aposentadorias dos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
Caso não seja indicado ao STF, Dino pode se tornar um nome forte para a sucessão de Lula. Atualmente, uma das apostas da ala petista é a do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que concorreu à Presidência em 2018, mas perdeu para Jair Bolsonaro. Outros aliados que podem entrar para a disputa interna mesmo sem fazer parte do PT são o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), terceira colocada na disputa presidencial de 2022.