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Oreshnik: como é o míssil nuclear ‘imparável’ da Rússia que entrou em serviço ativo

Arma de médio alcance foi colocada na prontidão militar de Belarus e pode atingir alvos a até 5.000 quilômetros

O Ministério da Defesa de Belarus confirmou que o sistema de mísseis balísticos hipersônicos Oreshnik, de fabricação russa e com capacidade nuclear, entrou oficialmente em serviço ativo no país.

A pasta divulgou imagens da cerimônia que marcou o início da prontidão operacional de um batalhão equipado com os lançadores móveis do sistema.

De acordo com o comunicado, o Oreshnik passou por inspeções técnicas e preparação para o desdobramento antes de assumir postos em áreas designadas do território bielorrusso. Militares responsáveis por lançamento, comunicações, segurança e suporte também realizaram treinamento avançado em simuladores modernos.

A chegada do sistema a Belarus ocorreu após decisão conjunta dos líderes russo e bielorrusso. O Ministério da Defesa da Rússia também havia informado, no dia 30 de dezembro, que o Oreshnik já estava em posição de combate no país vizinho.

Segundo as autoridades bielorrussas, o míssil é capaz de atingir alvos a distâncias de até 5.000 quilômetros e pode operar com ogivas convencionais ou nucleares. O sistema também pode realizar disparos a partir de qualquer ponto de sua rota de patrulha, característica que amplia sua mobilidade e capacidade de ocultação.

O Oreshnik é descrito como um míssil balístico hipersônico de médio alcance, montado em plataforma móvel terrestre. O Kremlin afirma que a ogiva tem velocidade em torno de Mach 10 e capacidade de romper sistemas antimísseis atuais e futuros, inclusive contra alvos fortemente protegidos. Moscou também sustenta que o impacto de múltiplas ogivas pode ser comparado ao efeito estratégico de armamentos nucleares, mesmo quando usadas em configurações convencionais.

O presidente russo Vladimir Putin anunciou, em dezembro de 2025, que o sistema seria colocado em serviço até o fim do ano. O projeto começou a ser desenvolvido em 2023 e, segundo o governo russo, não é uma modernização de modelos soviéticos, mas um sistema de “última geração”. O míssil teria capacidade para transportar ogivas de grande potência e múltiplas cabeças guiadas.

O Oreshnik já foi utilizado em combate. Em novembro de 2024, a Rússia relatou ter empregado o míssil contra uma instalação industrial militar na cidade ucraniana de Dnipro, durante um teste de campo sob condições reais. Na ocasião, Putin classificou o lançamento como bem-sucedido e determinou o início da produção em série.

A presença do sistema em Belarus ocorre em um momento de tensão militar com o Ocidente. O ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, afirmou na semana anterior que o desdobramento do Oreshnik no país é uma resposta às “ações agressivas” de adversários ocidentais.

A entrada do míssil em prontidão no território bielorrusso também reforça o papel estratégico da aliança militar entre Minsk e Moscou. Embora o sistema integre as Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia, Belarus terá influência sobre a designação de alvos em caso de emprego, conforme já declarado anteriormente pelos dois governos.

Com o alcance divulgado pelas autoridades bielorrussas, boa parte da Europa passa a estar dentro do raio de ação do sistema. Ao mesmo tempo, a possibilidade de uso tanto convencional quanto nuclear mantém o Oreshnik no centro do debate internacional sobre escalada militar e equilíbrio estratégico no continente.

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