Venezuela acusa EUA de “pirataria” após apreensão de navio petroleiro
Militares dos EUA apreenderam navio no Caribe, sob justificativa de que a embarcação levava combustível “sancionado” da Venezuela e do Irã

O governo da Venezuela repudiou a apreensão de um navio petroleiro no Caribe e acusou os Estados Unidos de “roubo flagrante” e “pirataria internacional”. O presidente Donald Trump anunciou que as forças militares apreenderam a embarcação na costa venezuelana “por um bom motivo”.
O governo de Nicolás Maduro afirma que, ao confessar o ataque, Trump admite que o objetivo da operação militar dos EUA “sempre foi se apropriar do petróleo venezuelano sem pagar qualquer indenização, deixando claro que a política de agressão contra o nosso país faz parte de um plano deliberado para saquear nossos recursos energéticos”.
De acordo com a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, a operação militar cumpriu um mandado de apreensão contra o navio-tanque, acusado de transportar “petróleo sancionado” da Venezuela e do Irã.
Segundo Bondi, o petroleiro está sob sanções há vários anos por participar de uma rede ilícita de envio de petróleo destinada a financiar organizações consideradas terroristas pelo governo dos EUA. A operação, concluída na costa venezuelana, foi descrita como “segura e protegida”.
O caso aumenta ainda mais a pressão de Washington contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em meados de agosto, Trump ordenou o início de uma mobilização militar norte-americana massiva nos arredores da costa venezuelana para “combater cartéis de drogas” e conter o tráfico aos EUA.
Em nota, a Venezuela afirma que a apreensão do petroleiro mostra que “as verdadeiras razões para a prolongada agressão contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Não se trata de migração. Não se trata de narcotráfico. Não se trata de democracia. Não se trata de direitos humanos. Sempre se tratou de nossa riqueza natural, nosso petróleo, nossa energia, os recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano”, diz o governo.

Exército norte-americano na Venezuela
Em agosto, Trump ordenou uma mobilização militar massiva na região do Caribe, incluindo navios de guerra, caças de última geração, um submarino nuclear e o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo.
O republicano afirma que a ação mira cartéis de drogas que operam na região e enviam entorpecentes para os EUA. Nicolás Maduro, por exemplo, é acusado por Washington de liderar o cartel de Los Soles, recentemente classificado como organização terrorista internacional.
Com base nessas acusações, Trump já sinalizou que a Venezuela pode ser alvo de novas operações militares, sob a justificativa de combate ao terrorismo associado ao tráfico internacional.



