
Foi aberto na última segunda-feira (08), no Museu Sacaca, o 21º Seminário Nacional de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral, organizado pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação e do Grupo de Trabalho Permanente de APLs.
Representantes de instituições e empresas ligadas à cadeia mineral participam do seminário, que continua até esta quinta-feira (11), no Campus Macapá do Ifap. Na programação, ocorrem ainda o 18º Encontro do Comitê Temático Rede APL Mineral e a entrega do Prêmio Melhores Práticas em APL de Base Mineral 2025.
Na solenidade de abertura, o reitor do Ifap, Romaro Silva, destacou o papel estratégico das instituições de ensino e pesquisa para contribuir com mais inovação, sustentabilidade e inclusão social, ao lado de órgãos de desenvolvimento de políticas públicas e de fomento aos arranjos produtivos locais.
“Esse evento chega no momento que o Ifap promove a abertura do curso de Engenharia de Minas, único no estado, no ano de 2026. Quando os institutos federais foram criados, em 2008, tinham como missão o diálogo com os arranjos produtivos locais aliados aos interesses da população local. Em todas as audiências públicas que realizamos, a mineração é apontada pelos nossos munícipes para oferta de cursos. E hoje no Campus Macapá o eixo da mineração é totalmente verticalizado, com curso técnico e tecnólogo em Mineração, e em breve o de Engenharia de Minas, além de grupo de pesquisa”, detalhou Romaro Silva.
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Daniel Almeida Filho, afirmou que o fomento ao setor mineral não é uma atividade de fácil compreensão porque a mineração “carrega os traumas que sofremos com a exploração de manganês e outros minérios”.
Contudo, destacou que “hoje não se pode falar em desenvolvimento econômico sem a mineração estratégica, com as terras raras, e sem material básico, que é o ferro. Temos que pensar em com articular os objetivos humanitários e civilizatórios. Estamos falando do conceito de mineração verde. A mineração como qualquer outra atividade pode se adaptar e conviver com o respeito ambiental e com a reparação de qualquer dano. E nesse sentido, o governo federal e o nosso ministério particularmente está envolvido e isso passa pelo investimento maciço em ciência e tecnologia”.
Para o secretário de Estado de Mineração do Amapá, Haolibamo Mamede Alles Barbosa, os pequenos mineradores não podem ser esquecidos na implantação da transição mineral justa. “Criminalizar a atividade não é a melhor solução. Não é justiça quando se tira investimentos. Fico feliz que esse evento venha para o estado para que a gente tenha inovação, mas também justiça de tratamento”, afirmou.
De acordo com o secretário, o governo estadual tem a responsabilidade de “resgatar as pessoas que já moram aqui e fazer essa transição mineral justa de maneira sustentável”.



