Saúde

Endocrinologista explica como reconhecer sinais precoces da diabetes

Médicos alertam para manifestações que surgem antes do diagnóstico

A diabetes é uma condição crônica que costuma se instalar de forma silenciosa. Muitas pessoas passam meses – ou até anos – convivendo com sintomas que parecem comuns, mas que indicam que o corpo já está enfrentando dificuldades para controlar os níveis de glicose no sangue.

Especialistas reforçam que identificar esses sinais precocemente é essencial para evitar complicações graves, como doenças cardíacas, problemas renais e alterações na visão.

Segundo a endocrinologista Larissa Figueiredo, mudanças aparentemente discretas podem ser as primeiras pistas de que algo está fora do padrão.

Ela explica que o excesso de açúcar no sangue interfere no funcionamento de vários sistemas do organismo, desencadeando sintomas que, embora comuns, não devem ser ignorados.

“O paciente passa a urinar mais e sentir muita sede, principalmente à noite. Ele acorda de madrugada para beber água, algo que não ocorria antes”, afirma a especialista.

Outro ponto de atenção é o cansaço persistente, que aparece mesmo quando a pessoa dorme bem ou mantém uma rotina regular. Larissa destaca que isso ocorre porque as células deixam de receber adequadamente a glicose, que é sua principal fonte de energia.

“Como o açúcar não entra nas células, o corpo entende que está faltando combustível. Por isso, o indivíduo sente fraqueza, sonolência e desânimo ao longo do dia”, completa.

Alterações na pele também podem indicar diabetes, especialmente quando surgem escurecimentos em regiões como pescoço e axilas. O nome técnico desse sinal é acantose nigricans e costuma aparecer associado à resistência à insulina.

De acordo com a endocrinologista, “a pessoa nota que a pele nessas áreas fica mais grossa e escurecida, como se estivesse suja, mas não sai com banho ou esfoliação”.

No campo cardiovascular, o cardiologista Abrão Cury, do Hcor – Hospital do Coração, lembra que os sintomas nem sempre são percebidos de imediato, mas o impacto da diabetes no organismo é profundo.

Ele alerta que níveis elevados de glicose favorecem processos inflamatórios e danos nos vasos sanguíneos, aumentando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

“A diabetes, quando não tratada, acelera o envelhecimento das artérias e causa lesões que podem evoluir para problemas graves do coração”, explica.


Sinais que podem indicar que você tem diabetes

  • Sensação frequente de cansaço e irritabilidade.
  • Visão turva
  • Sede excessiva.
  • Fome frequente.
  • Boca seca.
  • Doença periodontal.
  • Feridas que demoram para cicatrizar.
  • Formigamento nos pés e mãos.
  • Perda de peso.
  • Coceira ao redor do pênis ou vagina, ou episódios recorrentes de candidíase.
  • Vontade excessiva de urinar.
  • Coceira na pele.
  • Manchas escuras na pele.
  • Infecções frequentes.

Abrão reforça ainda que alguns pacientes podem experimentar palpitações, falta de ar e queda no desempenho físico, especialmente durante tarefas simples do cotidiano.

Esses sinais, segundo ele, acontecem porque “o corpo tenta compensar a sobrecarga metabólica e o comprometimento dos vasos, o que exige mais do coração”.

Os especialistas concordam que identificar sintomas cedo faz diferença no prognóstico. A combinação entre sede excessiva, aumento da frequência urinária, fome fora do comum, perda de peso não intencional, visão embaçada e cansaço constante deve servir como um alerta imediato para buscar avaliação médica.

Exames simples conseguem detectar variações da glicemia e confirmar o diagnóstico. Encerrar o ciclo de incertezas rapidamente é fundamental.

A diabetes não controlada abre caminho para complicações sérias, mas, quando descoberta a tempo, pode ser manejada com mudanças de estilo de vida, acompanhamento regular e, quando necessário, medicação.

A orientação dos especialistas é clara: qualquer sinal persistente merece atenção. Quanto antes a doença for reconhecida, maiores são as chances de prevenir danos irreversíveis e garantir qualidade de vida.

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