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Movimentações de Trump colocam Maduro em estado de alerta máximo

No fim de semana, Trump subiu o tom e decidiu “fechar” o espaço aéreo da Venezuela; medida costuma ser utilizada em contextos de conflitos

Os últimos movimentos de Donald Trump deixaram claro que a mobilização militar dos Estados Unidos na América Latina e Caribe tem um alvo principal: o contestado presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

O que está acontecendo?

  • Contestado internacionalmente, Nicolás Maduro é apontado como o chefe do cartel de Los Soles, grupo recentemente classificado pelos EUA como organização terrorista internacional.
  • A medida, que também atingiu outros grupos, abre brechas para os EUA justificarem operações militares em outros países.
  • Em meio à acusações contra o presidente da Venezuela, Trump ordenou uma mobilização militar na América Latina.
  • O objetivo, segundo Washington, é combater cartéis de droga que atuam na região.
  • Apesar das alegações, existe o temor de que o combate ao “narcoterrorismo” se torne uma agressão direta contra a Venezuela.

Há meses o líder venezuelano é apontado como o chefe do cartel de Los Soles, grupo recentemente classificado como organização terrorista internacional por Washington.

A última decisão de Trump, divulgada no fim de semana, aumentou ainda mais a pressão contra a Venezuela de Maduro. No sábado (29), o presidente dos EUA anunciou, de forma unilateral, o fechamento do espaço aéreo venezuelano para “companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas”.

Tal medida sinalizou a possibilidade de operações contra o território venezuelano, por ar ou terra, já que o fechamento de espaços aéreos geralmente está ligado a contextos de conflitos militares.

Mobilização bélica e operação Lança do Sul

Sob a bandeira do combate ao “narcoterrorismo”, os EUA iniciaram uma mobilização bélica na América Latina e Caribe em meados de agosto, quando uma frota de navios de guerra norte-americanos foi enviado para a região. Entre eles está o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford.

A ofensiva ainda conta com o submarino nuclear USS Newport News, caças F-35 estacionados em Porto Rico e fuzileiros navais – que passaram a realizar treinamentos que podem antever um possível ataque norte-americano na região por terra, e não somente por mar, como tem acontecido.

Desde que o efetivo militar dos EUA foi alocado na área, próximo à região costeira da Venezuela, a administração Trump anunciou 22 bombardeios contra barcos que transitavam em águas caribenhas e do Oceano Pacífico. Sem apresentar provas, Washington alega que as embarcações possuíam ligações com o tráfico internacional de drogas, o que justificou os ataques.

Como forma de aumentar os esforços norte-americanos contra o “narcoterrorismo”, Trump também ordenou uma operação militar na América Latina e Caribe, batizada de Lança do Sul – mas que, até o momento, ainda não foi oficialmente colocada em prática.

Conversa e troca de acusações

Mesmo com a ofensiva norte-americana, Trump revelou ter conversado com Maduro sobre a crise na região mas não deu maiores detalhes sobre o teor das discussões.

A mídia dos EUA, porém, apontou que o líder chavista teria recebido um ultimato do homólogo norte-americano: ao lado de familiares e de aliados do alto escalão do governo venezuelano, Maduro poderia fugir do país antes que medidas mais drásticas pudessem atingir a Venezuela.

Até o momento, Caracas não confirmou o contato entre os dois mandatários. O líder chavista, contudo, tem acusado Trump de usar a suposta guerra contra o tráfico para justificar uma interferência na Venezuela. O objetivo, alega Maduro, seria roubar as vastas reservas de petróleo localizadas no país em que comanda.

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