Trump ordena operação militar dos EUA na América Latina
"Lança do Sul" foi anunciada por Pete Hegseth, secretário de Guerra dos Estados Unidos Junio Silva

O governo dos Estados Unidos anunciou o lançamento de uma operação militar na América Latina, a mando do presidente Donald Trump, para combater “narcoterroristas”. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (13) pelo chefe do Pentágono, Pete Hegseth.
A operação foi batizada de Lança do Sul, e será liderada pelo Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), responsável por operações na América Central, América do Sul e Caribe.
Segundo Hegseth, a ação visa defender os EUA, assim como proteger o “hemisfério ocidental”.
“O presidente Trump ordenou a ação, e o Departamento de Guerra está cumprindo a ordem. Hoje, estou anunciando a Operação Lança do Sul”, escreveu o chefe do Pentágono em um comunicado divulgado no X. “Liderada pela Força-Tarefa Conjunta Southern Spear e a SOUTCHOM, esta missão defende nossa pátria, remove narcoterroristas do nosso hemisfério e protege nossa pátria das drogas que estão matando nosso povo. O hemisfério ocidental é a vizinhança da América – e nós o protegeremos”, informou Hegseth.
Até o momento, o Pentágono não deu maiores detalhes sobre a operação Lança do Sul. O aumento da retórica militar, porém, coincide com movimentos norte-americanos no local. Nos últimos meses, uma frota de navios de guerra dos EUA, caças F-35 e até mesmo o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, foram mobilizados para o Caribe.

Desde então, Washington anunciou 19 bombardeios contra barcos que navegavam na região, supostamente ligados ao tráfico de drogas, matando ao menos 80 pessoas. Contudo, provas concretas sobre a ligação das embarcações com o crime não foram divulgadas.
Já no fim de outubro, Trump sinalizou que as operações no mar poderiam migrar para a terra, com ataques diretos a territórios de países da região.
Maduro e Petro na mira
A “guerra” dos EUA contra o tráfico de drogas na América Latina tem como pano de fundo acusações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Em julho deste ano, Washington afirmou que o líder chavista é o chefe do cartel venezuelano Los Soles — recentemente classificado como organização terrorista pelo governo norte-americano.
A reclassificação de cartéis de drogas abriu brechas para operações militares dos EUA em outros países, sob a bandeira da guerra contra o terror.
Além de Maduro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro também entrou na mira da administração Trump. Para o presidente dos EUA, o mandatário colombiano é “líder do tráfico”. Declaração foi vista por Bogotá como uma possível tentativa de golpe de Estado no país.



