Saúde

Sem fome de manhã? Saiba o que o seu corpo pode estar sinalizando

Nem todo mundo acorda com vontade de comer, mas a ausência de apetite matinal pode ter causas que vão além da simples falta de hábito

Para muita gente, o café da manhã é a refeição mais importante do dia. Já outras pessoas mal conseguem pensar em comida logo ao acordar. Será que a situação é apenas um hábito diferente ou o corpo está tentando dizer alguma coisa?

O endocrinologista Gustavo Francklin, da clínica EndoHealth, em Brasília, explica que a falta de apetite matinal pode ter várias causas.

“Pode acontecer porque o corpo ainda está em jejum ativo, com reservas de glicose suficientes, ou porque o ritmo biológico está desajustado, como quando a pessoa acorda ainda sob efeito da melatonina”, diz.

Segundo ele, o estresse e o consumo de cafeína também podem interferir. “A cafeína mascara a fome, e o cortisol elevado em momentos de estresse pode suprimir o apetite. Além disso, quem costuma jantar tarde tende a demorar mais a sentir fome no dia seguinte”, acrescenta.

O endocrinologista Ricardo Barroso, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), complementa que o apetite também obedece ao ritmo de cada organismo.

“Há quem sinta mais fome pela manhã, outros no almoço ou no jantar. Essa variação é natural e faz parte do nosso relógio biológico. Não é sinal de doença”, explica.

Quando é normal e quando exige atenção

Francklin afirma que acordar sem fome de vez em quando é comum, especialmente após noites mal dormidas, jantares muito tardios ou em pessoas que simplesmente têm esse padrão. O alerta deve surgir quando a falta de apetite se torna constante e vem acompanhada de outros sintomas.

“Se houver perda de peso sem explicação, cansaço persistente, alterações no sono, náuseas, ansiedade ou sinais de depressão, é importante investigar. Podem existir causas metabólicas, endócrinas ou digestivas que precisam ser avaliadas por um médico”, orienta.

Hormônios que influenciam a fome matinal

  • O apetite, especialmente ao acordar, é regulado por uma combinação de hormônios que seguem o ciclo do sono e o ritmo circadiano.
  • O cortisol, conhecido como hormônio do estresse, pode suprimir a fome quando está elevado pela manhã, algo comum em períodos de ansiedade ou noites mal dormidas.
  • A melatonina, responsável por induzir o sono, também interfere. Quando ainda está em níveis altos ao despertar, o corpo tende a permanecer em um estado de repouso metabólico, o que atrasa o apetite.
  • Hormônios como a grelina, que estimula a fome, e a leptina, ligada à saciedade, variam bastante durante o sono. Em algumas pessoas, essa flutuação contribui para a falta de fome logo cedo.
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