Após defender exploração de petróleo, Lula abre sessão sobre transição energética
Presidente lidera sessões sobre transição energética e clima em Belém, mas enfrenta críticas por liberar estudo na Amazônia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre nesta sexta-feira (7) o segundo e último dia da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém (PA). O encontro antecede a conferência oficial sobre mudanças climáticas, que começa na próxima segunda (10) e se estende até 21 de novembro. Pela manhã, a agenda prevê a continuidade da plenária geral iniciada na quinta (6).
À tarde, estão marcadas as segunda e terceira sessões temáticas, voltadas à transição energética, ao Acordo de Paris, às NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e ao financiamento climático. Lula fará os discursos inaugurais de todas as sessões.
A primeira fala abordará a transição energética, processo que busca substituir gradualmente combustíveis fósseis, como o petróleo, por fontes renováveis e sustentáveis, como solar, eólica e hídrica. O tema contrasta com as recentes declarações do presidente em defesa da exploração de petróleo na Amazônia.
Agenda oficial desta sexta (7)
- 8h às 10h – Chegada dos líderes à Zona Azul
- 10h às 10h30 – Foto de família
- 10h30 às 18h – Continuação da plenária geral
- 11h às 13h – Sessão Temática 2 – Transição Energética
- 16h às 18h10 – Sessão Temática 3 – 10 anos do Acordo de Paris: NDCs e Financiamento
Contradições entre discurso e prática
Durante o discurso de abertura, na quinta-feira, Lula defendeu uma aceleração global na transição energética.
“Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global. Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, declarou.
Apesar do apelo, a posição contrasta com declarações dadas dois dias antes. Na terça (4), em entrevista a agências internacionais, Lula afirmou não querer ser visto como um “líder ambiental” e defendeu a exploração de petróleo na Amazônia, aprovada pelo Ibama em 20 de outubro.
“Temos autorização para fazer teste, se encontrar petróleo vai ter que ter nova licença. Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer”, afirmou.
A postura do presidente reacendeu críticas de ambientalistas, que apontam contradição entre o discurso de proteção ambiental e a liberação da perfuração às vésperas da conferência climática.



