Copom começa a definir juros, com expectativa de Selic estável em 15%
Banco Central deve manter taxa no atual patamar, o maior em quase duas décadas; decisão será anunciada nesta quarta-feira, (05)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central inicia nesta terça-feira (4) a reunião para definir a nova taxa básica de juros da economia brasileira. O resultado será divulgado na quarta-feira (5). Atualmente, a Selic está fixada em 15% ao ano. A expectativa predominante entre analistas financeiros indica estabilidade no patamar atual – o maior desde 2006.
No encontro anterior, o comitê manteve a taxa em 15% pela segunda vez consecutiva, após interromper em julho o ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro de 2024. A nova taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se reunir para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
Na última ata, o comitê afirmou que levou em conta as expectativas de inflação, medidas por diferentes índices, que ainda permaneciam acima da meta, o que mantinha um cenário adverso.
“O Comitê reforçou e renovou seu compromisso com a reancoragem das expectativas e com a condução de uma política monetária que enseje tal movimento. O Comitê avalia que a reancoragem das expectativas de inflação reduz os custos da desinflação e entende que tal processo exige perseverança, firmeza e serenidade”, pontuou.
Os diretores também ressaltaram que a desancoragem das expectativas de inflação era “um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deveria ser combatida”.
Projeções do mercado
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros em 2025, projetando que a Selic encerre o ano em 15% ao ano, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Para os anos seguintes, não houve ajustes. A previsão para 2026 continuou de 12,25%, pela sexta semana consecutiva.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,5% pela 38ª semana seguida, e para 2028 se manteve em 10% pela 45ª semana consecutiva.
Selic
A Selic representa o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Taxas elevadas encarecem o crédito, limitam o consumo e a produção e podem desacelerar o crescimento econômico.
Na prática, elevações na Selic aumentam os juros aplicados a financiamentos, empréstimos e cartões de crédito, desestimulando a demanda e contribuindo para a contenção da inflação.
Histórico
Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano. Em seguida, ocorreram seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e outro de 0,25, reduzindo a taxa para 10,5% em maio de 2024.
Esse patamar vigorou até setembro do mesmo ano, quando o Copom iniciou uma nova série de elevações, levando os juros para 10,75%. Desde então, houve sete aumentos sucessivos, até atingir os atuais 15% – o nível mais elevado desde 2006.



