Petrobras estuda construção de centro logístico no Amapá enquanto explora a Foz do Amazonas

A Petrobras autorizou estudos para a construção de um centro logístico no Estado amazônico do Amapá, onde a estatal petrolífera iniciou, na semana passada, a exploração de um promissor bloco offshore.
A Transpetro, subsidiária de logística da empresa, realizará os estudos, disse ele, acrescentando que o centro daria suporte às operações da Petrobras em caso de uma grande descoberta.
A Petrobras não está considerando apenas o Amapá como possível local para a exploração, mas os estudos representam uma “vitória” para o Estado, que busca atrair investimentos, afirmou Luís, nos bastidores do evento OTC, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, o governador teve uma reunião conjunta com cerca de 20 empresas, segundo uma pessoa presente, incluindo representantes da SBM Offshore, Siemens, Subsea 7 e Technip FMC, que prestam serviços para a indústria petrolífera.
As empresas sinalizaram que irão estudar a possibilidade de se instalarem no Amapá, disse ele à Reuters em entrevista na noite de quarta-feira.
“Estamos trabalhando muito também para preparar a mão de obra, para regularizar áreas, para garantir os incentivos, para mudar a legislação, se for preciso”, disse Luís.
Preocupações ambientais
Na semana passada, o Ibama deu sinal verde para a Petrobras perfurar um poço exploratório em Foz do Amazonas, na costa de Oiapoque, no Amapá. A perfuração deve durar cerca de cinco meses.
A área é considerada a fronteira petrolífera mais promissora da Petrobras, compartilhando geologia com a vizinha Guiana, onde a ExxonMobil está desenvolvendo grandes campos.
A licença foi comemorada pelos políticos do Amapá e pelo governo federal, mas criticada por grupos ambientalistas que se preocupam com os possíveis impactos sobre a população indígena do Amapá e com a pressão para desmatar ainda mais a floresta amazônica bem preservada do Estado.
A Petrobras confirmou que está preparada para iniciar estudos, mas não forneceu mais detalhes. A presidente Magda Chambriard já disse que, se houver uma grande descoberta, a estatal petrolífera pode iniciar a produção em cerca de sete anos.

Município pode receber centro
Um dos Estados menos desenvolvidos do Brasil, com cerca de 800 mil habitantes, o Amapá poderia ver uma mudança drástica em sua situação financeira se a Petrobras iniciar a produção lá, disse Luís, que espera usar os royalties para revitalizar a economia local.
Embora a Petrobras esteja operando a partir de Oiapoque para a fase de exploração, ela precisaria de uma segunda base para a fase de produção, disse o governador. Ele acrescentou que as cidades mais prováveis para esse fim seriam Calçoene e Santana, bem ao sul, no litoral.
Oiapoque é cercado por reservas ambientais e terras indígenas, o que dificultaria o desenvolvimento de um grande centro logístico, disse Luís.
Calçoene, uma pequena cidade de cerca de 11.000 habitantes entre Oiapoque e a capital do Estado, Macapá, tem amplo espaço para desenvolvimento e é a mais próxima de outros blocos que a Petrobras possui na região.
Santana, uma cidade de cerca de 118.000 habitantes, fica perto de Macapá e já possui infraestrutura logística que poderia ser expandida, disse. Ele não deu um prazo para a conclusão dos estudos.



