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Conheça a história da construção do Cristo Redentor

38 metros de altura, 9 anos de obra a 700m de altitude e a façanha de nenhuma morte registrada

A construção do Cristo Redentor é, sem dúvida, um dos maiores feitos da engenharia brasileira, resultando no monumento mais famoso do país. Situado no topo do Corcovado, a 700 metros de altitude no Rio de Janeiro, a estátua de 38 metros é um ícone global. Mas a história de como ela foi erguida, enfrentando desafios logísticos imensos, é tão impressionante quanto a vista do local.

A ideia inicial, que surgiu ainda no século XIX para homenagear a Princesa Isabel, foi engavetada com a Proclamação da República. Conforme detalhado pelo portal Fatos Desconhecidos, o projeto só saiu do papel na década de 1920, graças ao esforço do Círculo Católico do Rio de Janeiro, que mobilizou a sociedade para arrecadar fundos e assinaturas.

A origem da ideia e o projeto vencedor

A primeira proposta de um monumento cristão no Corcovado data da década de 1850. O padre Pedro Maria Bóss sugeriu a obra como uma homenagem à Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II. Embora a princesa tenha apoiado a ideia, ela rejeitou o nome “A Redentora”, insistindo que a homenagem fosse feita ao “verdadeiro Redentor dos homens”, Jesus Cristo. Contudo, com a Proclamação da República e a separação oficial entre Igreja e Estado, o plano foi abandonado.

A ideia ressurgiu com força por volta de 1921, impulsionada pelo Círculo Católico do Rio de Janeiro. O grupo, como aponta o Fatos Desconhecidos, organizou a “Semana do Monumento” para angariar fundos. A mobilização social foi massiva, incluindo um abaixo-assinado com mais de 22 mil mulheres, que pediram ao presidente da época, Epitácio Pessoa, a autorização para a obra.

O projeto inicial era diferente, sugerindo um Cristo com um globo nas mãos e um pedestal simbolizando o mundo. No entanto, o design vencedor foi o que conhecemos hoje: a estátua com os braços abertos e a cabeça inclinada para baixo, simbolizando proteção e bênção sobre a cidade. O engenheiro responsável foi Heitor da Silva Costa, que venceu o concurso, trabalhando ao lado do artista plástico brasileiro Carlos Osvaldo e do escultor francês Paul Landowski.

Engenharia e logística: a obra no topo do morro

A construção do Cristo Redentor enfrentou desafios logísticos monumentais. O canteiro de obras estava a 700 metros de altitude, em um local de difícil acesso, onde os operários sofreram com o calor intenso, tempestades e raios.

O transporte dos materiais e peças foi viabilizado pela Estrada de Ferro do Corcovado. A linha férrea, que já existia desde 1884 e era a primeira eletrificada do país, foi fundamental para levar o cimento e as peças morro acima. O engenheiro Heitor da Silva Costa montou seu escritório onde hoje é a atual Capela, para supervisionar de perto todos os detalhes da complexa obra.

Para otimizar o trabalho, o canteiro foi dividido em dois. Um ficava no topo, concentrando depósitos, andaimes, uma grua, um elevador de carga e a betoneira. A segunda parte ficava mais abaixo, com áreas para corte, solda, depósitos e a área de convivência dos operários, incluindo banheiros e dormitórios. Uma plataforma transportava os materiais da parte baixa para a alta, dando lugar, posteriormente, às escadarias.

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