Netanyahu afirma que não precisa de autorização para atacar inimigos de Israel
Comentário foi feito uma semana após visita de vários altos funcionários americanos que buscavam consolidar o cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou neste domingo (26) que não precisa de nenhuma autorização para atacar os inimigos de Israel, afirmando que o país é um Estado independente. “Nossa política de segurança está em nossas mãos”, afirmou durante uma reunião de gabinete.
“Respondemos aos ataques conforme nosso próprio critério, como fizemos no Líbano e, mais recentemente, em Gaza“, acrescentou.
Netanyahu falou uma semana após receber a visita de vários altos funcionários americanos que buscavam consolidar o cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro.
Cessar Fogo
Enviados do governo dos Estados Unidos se reuniram nesta segunda-feira (20) com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dia depois de uma onda de bombardeios israelenses na Faixa de Gaza reacender temores de colapso do cessar-fogo firmado com o Hamas.
Os ataques, realizados no domingo, foram classificados por Israel como resposta a disparos do Hamas, que negou ter realizado qualquer ofensiva. Apesar da escalada, o presidente americano Donald Trump afirmou que a trégua “permanece em vigor”, pedindo “uma pequena chance” para a redução da violência.
Netanyahu recebeu o enviado de Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente americano, Jared Kushner, “para conversar sobre os últimos acontecimentos”, informou a porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian. Nenhum dos dois representantes se pronunciou após o encontro. Trump, por sua vez, alertou que o Hamas será ‘eliminado’ se não cumprir o acordo de trégua. O vice-presidente americano, J.D. Vance, deve visitar Israel nesta terça-feira, (28).
De acordo com a Defesa Civil de Gaza, os bombardeios israelenses de domingo deixaram 45 mortos, enquanto outros quatro palestinos morreram nesta segunda-feira após serem baleados a leste do território. O episódio é considerado o mais grave desde o início do cessar-fogo, em 10 de outubro, negociado com base no plano de paz proposto por Trump.
O conflito entre Israel e Hamas foi desencadeado pelo ataque do grupo palestino em 7 de outubro de 2023, que matou 1.221 pessoas em Israel, segundo dados oficiais. A ofensiva israelense de retaliação já deixou mais de 68 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde local – números considerados confiáveis pela ONU.



