Saúde

Entenda a nova diretriz de febre em crianças e quando procurar ajuda

Nova diretriz da Sociedade Brasileira de Pediatria reduz para 37,5°C o limite que define febre e reforça atenção aos sinais de alerta

A febre é uma das maiores preocupações entre pais e cuidadores de crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela está presente em até 30% das consultas em consultórios e em cerca de 65% dos atendimentos de emergência. Embora assuste, a elevação da temperatura é, na maioria das vezes, uma resposta natural do organismo diante de infecções.

Recentemente, a SBP atualizou o parâmetro que define febre infantil: agora, considera-se febre quando a temperatura axilar é igual ou superior a 37,5°C, e não mais 37,8°C. A nova diretriz se baseia em evidências científicas que indicam que pequenas variações de temperatura já podem sinalizar que algo está fora do normal.

O que muda com a nova definição?

Para a pediatra Simone Borges da Silveira, do Hospital Pequeno Príncipe, o ajuste busca padronizar a avaliação clínica. “Antes, havia diferentes parâmetros dependendo do local de medição. Agora, a padronização facilita o diagnóstico e o cuidado médico”, explica.

Ela lembra que a forma de aferir a temperatura também interfere no resultado. “No Brasil, a medição pela axila é a mais usada. A via retal não é adotada aqui, e o termômetro no ouvido pode gerar falsos negativos se houver cera acumulada”, diz.

O pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, reforça que a febre não deve ser vista como um inimigo.

“O aumento de temperatura é um mecanismo de defesa. Abaixo de 37,5°C, geralmente não há risco, e a própria febre pode ajudar o corpo a combater a infecção”, explica.

Como agir em casa?

Na maioria dos casos, a febre pode ser observada e tratada com medidas simples. Roupas leves, banhos mornos e boa hidratação ajudam a aliviar o desconforto. Banhos frios e aplicação de álcool na pele devem ser evitados, pois podem causar riscos à criança.

“É importante não cair na ‘febrefobia’. A maioria dos quadros é viral e não exige antibióticos. O foco deve ser manter o conforto e observar o comportamento da criança”, alerta Simone.

A oncologista pediátrica Juliana França da Mata, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, destaca que a febre só precisa de investigação médica se vier acompanhada de sinais de mal-estar.

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