Em caso de acesso, Remo poderá disputar até 6 competições em 2026
Com chances reais de retornar à elite do Brasileirão após mais de 30 anos, o Clube do Remo mira receitas históricas, patrocínios inéditos e maratona de até 6 competições em 2026, incluindo Brasileirão e entrada na 5ª fase da Copa do Brasil

Com o acesso à elite do Brasileirão cada vez mais próximo, o Clube do Remo poderá voltar a disputar a Série A depois de mais de 30 anos. Caso os azulinos concretizem esse objetivo, o Leão terá um 2026 repleto de grandes competições, com jogos de janeiro a dezembro. Além dos grandes compromissos, o clube terá a oportunidade de obter uma receita histórica com direitos de transmissões, bilheteiras e patrocínios.
Em caso de acesso, a temporada azulina começará logo em janeiro, com a disputa de três competições: Supercopa Grão-Pará, Campeonato Paraense e Brasileirão. Com isso, a diretoria azulina precisará ter um planejamento digno dos desafios que o ano exigirá de uma equipe que pode figurar na elite do país.
O primeiro torneio deverá ser logo entre os dias 10 e 11 de janeiro, com a decisão da Supercopa Grão-Pará, entre Remo e Águia de Marabá. Em seguida virá o Parazão 2026, que irá iniciar no dia 24 de janeiro, segundo o diretor de competições da Federação Paraense de Futebol (FPF), em entrevista à Rádio Clube do Pará. E, por fim, ainda no primeiro mês do ano, no dia 28, começará o Brasileirão. Logo, em janeiro, o Leão Azul já terá uma maratona intensa de jogos importantes.
No mês de março terminarão os estaduais, porém, o Remo começará a disputa da Copa Norte, reinserida no calendário anual de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Já no mês de abril, começa a disputa pela Copa do Brasil, onde os clubes da Série A vão entrar apenas na 5ª fase da competição, sendo o quinto torneio disputado pelo Leão apenas no quarto mês do ano.
Em caso de conquista azulina da Copa Norte, o Clube do Remo poderá ir para sua 6ª competição no ano, que é a disputa do título da Copa Verde, contra o vencedor da Copa Centro-Oeste, com data fixada no dia 7 de junho. Se o Leão chegar na final de todas essas competições, em junho o clube já terá disputado cerca de 30 a 35 jogos nos seguintes torneios: Supercopa Grão-Pará, Parazão, Série A, Copa do Brasil, Copa Norte e, em caso de conquista dessa última, a Copa Verde.
Apesar da maratona de jogos no 1° semestre, com a disputa da Copa do Mundo entre junho e julho, o Brasileirão terá uma pausa no calendário de jogos o torneio internacional. Com isso, o Remo terá uma folga de aproximadamente 30 dias para recuperar as energias de um início intenso de jogos que um clube de elite terá em 2026. E, a partir da retomada das competições, a depender do desempenho azulino na Copa do Brasil, o Leão terá um 2° semestre mais “tranquilo”, sem grandes sequências de jogos enfileirados, mas, não menos desafiantes.
Chance de obter receitas históricas
Com a possibilidade clara de obter o tão sonhado acesso, o Remo, além do grande calendário de jogos importantes para o ano de 2026, terá a oportunidade jamais vista no futebol paraense, que seria de um faturamento que ultrapassa a casa dos R$ 100 milhões, contando direitos de transmissão, cotas da Copa do Brasil, patrocínios e bilheteiras.
No final de 2024, o Leão passou a integrar a LIBRA, conglomerado de clubes que negociaram em conjunto os direitos de transmissão dos jogos da Série A do Brasileirão, negociados com a TV Globo. A Libra escolheu o método de divisão dos R$ 1,17 bilhão anuais na proporção 40-30-30, segundo a qual 40% do dinheiro é dividido de maneira igualitária entre quem está na primeira divisão, 30% conforme a posição na tabela e 30% de acordo com a audiência.
Logo, o Remo deve obter, de cara, R$ 52 milhões, dentro dos 40% da divisão igualitária. O restante vai depender de variáveis, mas, levando em consideração o que foi recebido em 2025, o menor valor foi do RB Bragantino, que recebeu cerca de R$ 95,5 milhões. Mas, nesse cálculo, a principal variável é a audiência do público no pay-per-view. Como o Fenômeno Azul deverá ter uma adesão maciça de assinantes, é certo que o valor a ser recebido pelo Remo será superior ao time de Bragança Paulista.
Exemplo claro foi o valor do Vitória-BA, que recebeu aproximadamente R$ 116,6 milhões. Com isso, o Leão Azul deverá receber valores próximos ou maiores ao que a equipe baiana recebeu em 2025. Os dados foram levantados pelo jornalista do portal UOL, Rodrigo Mattos.
E, para além das receitas de transmissão, estar na Série A abrirá portas para diversos patrocínios e parcerias nunca antes vistas no futebol paraense, com a dimensão financeira que o esporte atingiu ao longo dos anos, principalmente com a realização de grandes duelos entre o clube paraense e as maiores equipes do país, levantando não só receitas já citadas, mas como vultuosas arrecadações com bilheteiras nos grandes jogos do Brasileiro e na Copa do Brasil.
Oportunidade para estruturação
A diretoria do Clube do Remo sabe que o retorno à Série A não representa apenas prestígio esportivo, mas também uma guinada financeira capaz de transformar o clube – sobretudo na parte estrutural, na qual tanto o Estádio Baenão precisa ser submetido a reparos e o Centro de Treinamentos no Outeiro, ainda continua na “estaca zero”.
Em um ambiente em que cada ponto pode significar milhões, o Remo luta dentro e fora de campo – no gramado, com futebol; fora dele, tentando sobreviver no jogo de gigantes.
Diante disso, com a possibilidade real do acesso nas mãos do Leão, este pode representar uma mudança radical na estrutura de um dos clubes mais tradicionais não só do Brasil, mas do continente sul-americano.
Com a possibilidade de ter um calendário repleto de jogos importantes ao longo de toda uma temporada e com oportunidades de obter receitas jamais alcançadas na história da região Norte, o Fenômeno Azul esfrega as mãos de ansiedade pelo retorno do Rei da Amazônia para a principal divisão nacional.