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Jovem com feto morto esperou 5 dias por curetagem em maternidade de Macapá

Uma jovem passou cinco dias aguardando uma curetagem na Maternidade Mãe Luzia, em Macapá, mesmo carregando há mais de uma semana um feto morto no útero. O procedimento, considerado urgente, só foi realizado nesta terça-feira (14), após a denúncia da família ganhar repercussão.

A mãe da paciente, Eridan Louzada, relata que a filha, Gabriela Duarte Louzada, deu entrada na unidade na sexta-feira (10) e permaneceu internada até esta terça, sem acesso a um leito e em jejum diário, aguardando por um procedimento que, segundo especialistas, não pode ser adiado sem risco à vida.

“Minha filha está há dias com um feto morto no útero, em jejum todo dia desde meia-noite, esperando que chamem para o procedimento. Já ficou até dentro da ambulância por horas, sem dignidade nenhuma”, desabafou Eridan.

Superlotação e falta de estrutura

Segundo a família, o caso escancara a superlotação e o caos no atendimento da principal maternidade pública do estado. Gabriela ficou a maior parte do tempo sentada em uma poltrona, em uma sala de espera, e chegou a ser colocada em uma maca dentro de uma ambulância, no último domingo (13), por falta de espaço dentro da unidade.

De acordo com a mãe, a jovem era colocada em jejum todos os dias, com a promessa de que seria atendida, mas sem previsão concreta. “Ela passou o fim de semana inteiro esperando e chorando. É desumano”, afirmou.

Estado emocional e apoio

Além da dor física, Gabriela está emocionalmente abalada. A jovem, que é mãe de um bebê de apenas 8 meses, sofre com o impacto psicológico da perda e da espera. A família afirma que solicitou apoio psicológico, mas ainda não recebeu resposta.

O que diz a maternidade?

A reportagem aguarda posicionamento da direção da Maternidade Mãe Luzia e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre o caso. Até o momento, não houve retorno.

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