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Química entre Lula e Trump: Acalma ou piora?

Tanto Lula quanto Donald Trump afirmam que há entre eles uma “química”. Mas o que isso significa exatamente?

Por William Waack

Se Donald Trump tivesse feito no Brasil o que fez nos Estados Unidos, ele estaria preso. Essa é uma afirmação já feita pelo presidente Lula (PT). Por outro lado, o presidente norte-americano também já declarou que o Brasil vai muito mal – e atribui a culpa, sobretudo, ao governo liderado por Lula.

Apesar desse histórico de críticas mútuas, agora tanto Lula quanto Trump afirmam que há entre eles uma “química”. Mas o que isso significa exatamente? Para onde essa aproximação pode levar? Ninguém sabe ao certo.

A interpretação mais benigna do que está ocorrendo sugere que a racionalidade dos interesses empresariais pode ter encontrado acolhida dentro da Casa Branca – justamente de onde partiram os ataques mais duros ao Brasil. Tais ataques foram, inclusive, justificados por Trump em seu discurso na ONU, no qual acusou o Brasil de manter um regime político que persegue adversários, tanto interna quanto externamente.

Será que agora fatores ideológicos vão ceder espaço a interesses comerciais tradicionais, que são negociáveis? Será que bons negócios – do ponto de vista de Trump, é claro – poderiam evitar a aplicação de mais tarifas e sanções, inclusive contra integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal)? Novamente, ninguém sabe ao certo.

A máquina governamental dos Estados Unidos foi programada para agir com rigor em relação ao Brasil. Isso se dá por meio do Departamento do Tesouro, que aplica a Lei Magnitsky; do Escritório do Representante de Comércio, que investiga o Brasil para justificar a imposição de tarifas; e do Departamento de Estado, que já suspendeu vistos e incluiu o Brasil em uma espécie de “eixo do mal” na América Latina.

Isso tudo vai mudar? Não se sabe. E esse é justamente o grande problema do “novo normal” em que vivemos: a imprevisibilidade. Talvez nem o próprio Trump saiba ao certo.

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