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O que esperar da relação entre EUA e Brasil após afago de Trump a Lula

Na ONU, Trump criticou o Brasil, mas fez elogios a Lula e disse ter “excelente química” com o presidente brasileiro

Dúvidas pairam no ar quanto ao futuro da relação entre Estados Unidos e Brasil, mesmo após os afagos de Donald Trump a Luiz Inácio Lula da Silva durante a 80ª Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23).

Trump na ONU

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na 80ª Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23), logo após Luiz Inácio Lula da Silva.
  • Na fala, Trump revelou ter concordado em encontrar Lula na próxima semana.
  • O líder norte-americano também deu sinalizações positivas ao presidente brasileiro. Segundo Trump, os dois possuem uma “excelente química”.
  • Apesar do afago a Lula, o presidente dos EUA voltou a criticar o Brasil. Segundo Trump, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros é uma resposta à “censura”, “perseguição política” e “repressão”.

Na tribuna do evento, em Nova York, o líder norte-americano reservou um tempo do seu discurso, que durou quase 1 hora, para comentar a situação entre EUA e Brasil e o presidente Lula.

Trump revelou ter encontrado com o presidente do Brasil nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, antes de subir ao púlpito do evento, e falou em “excelente química” com o colega brasileiro.

“Eu encontrei o líder do Brasil, conversamos por 30 segundos. Concordamos em nos encontrar na próxima semana. Ele parece um homem agradável. Eu gosto dele, ele gosta de mim. Tivemos uma excelente química. Isso é um bom sinal”, disse Trump.

Mesmo com a clássica imprevisibilidade do presidente dos EUA, analistas classificam como positiva a mensagem de Trump a Lula na conferência da Organização das Nações Unidas.

“Essa é uma estratégia antiga do Trump. Ele critica e depois dá um afago, para se posicionar melhor na mesa de negociação. Mas ele abriu esse diálogo”, explica o analista de política internacional Vito Villar.

Apesar da sinalização a Lula, Trump usou seu tempo de tribuna para criticar o Brasil e falou sobre a tarifa de 50% imposta sobre os produtos brasileiros. Segundo o presidente norte-americano, sua administração tem utilizado taxas comerciais como forma de defender os interesses do país, principalmente em relação a nações que “tiraram vantagem dos EUA por décadas”.

No caso brasileiro, porém, Trump voltou a afirmar que a medida possui um plano de fundo político. Sem citar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente dos EUA alegou que a taxa é uma resposta à “censura, repressão, corrupção e perseguição política”.

Diante das declarações ambíguas de Trump, o professor de direito internacional da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) prega cautela quanto ao futuro da relação entre Washington e Brasília, assim como as possíveis negociações que podem acontecer nos próximos dias.

“Não acho que o presidente Trump vá aliviar alguma posição em relação ao Brasil. Acredito que os ataques à soberania brasileira, à democracia brasileira e ao Judiciário brasileiro, e sobretudo o avanço dos Estados Unidos nas matérias primeiras que são de interesse, e que estão por trás desta guerra tarifária, sobretudo as terras raras brasileiras, vão continuar”

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