Política Nacional

Líder do PL diz que Motta mentiu e havia aceitado manobra pró-Eduardo

Sóstenes afirmou que recebeu telefonema do presidente da Câmara afirmando que “compromisso” não seria cumprido após novas sanções dos EUA

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), mentiu ao afirmar que barrou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à liderança da minoria por razões técnicas.

De acordo com o deputado carioca, o chefe da Câmara entrou em contato após o governo dos Estados Unidos anunciar novas sanções a autoridades brasileiras e informou que a manobra para salvar o mandato do seu colega de bancada seria desmantelada.

“Ontem, depois de colocada a Lei Magnitsky na esposa de Moraes, recebi uma ligação de Motta, falando que ele não poderia mais cumprir o compromisso porque ‘o tom ficou muito acima da média’. Ele não me afirmou, mas fico entendido que foi por retaliação que o que aconteceu com a família [do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes]”, afirmou Sóstenes Cavalcante.

Ainda de acordo com o representante do PL, houve duas reuniões com o presidente da Câmara antes do anúncio na medida.

“Eu não tomo, como líder, nenhuma decisão sem antes conversar com Motta. Quando estudamos o regimento da Casa e encontramos brecha na resolução de 2015, a primeira coisa eu refiz foi comunicar. Motta sabia da nossa decisão e o que faríamos. Em todos os momentos Motta sabia, ele já tinha ciência”, disse o deputado bolsonarista.

Sóstenes faz referência a uma resolução da Câmara que permite a líderes justificar automaticamente ausências. A indicação de Eduardo Bolsonaro à liderança da minoria ocorreu, nesse sentido, para impedir que ele perca o mandato pelo acúmulo de faltas, como prevê a Constituição.

O filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está nos EUA, onde articula sanções contra o Brasil por considerar que o Executivo e o Judiciário perseguem o pai e violam direitos humanos.

Sóstenes seguiu apontando suas divergências com Motta: “Eu estava na reunião da minha bancada e soube que o presidente passou informação equivocada. Disse que o deputado Eduardo nunca o comunicou sobre a saída do país. É um equívoco, imagino da assessoria do presidente. Existem 8 comunicados oficiais, o primeiro de 27/2 e o último de 18/9”.

O líder do partido de Bolsonaro ainda afirmou que iria recorrer. “Nós não vamos aceitar essa decisão os presidente Hugo Motta de forma unilateral e não vamos e aceitar pressões externa corporis para impedir o exercício do deputado Eduardo Bolsonaro, eleito para representar seus eleitores. Nós do PL não vamos deixar um dos nossos soldados pelo caminho”, pontuou.

Em seguida, Sóstenes garantiu que tinha testemunhas e desafiou: “Estou afirmando que ele (Motta) sabia. Fiz reunião na residência oficial. E na segunda vez fiz uma reunião com testemunha. Ele sabia sim. Está aqui minha testemunha: Luciano Zucco. É a palavra dele contra a minha. Comuniquei uma semana antes da coletiva”.

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