Pré-sal garante mais tranquilidade econômica para o setor de gás natural
Aumento da produção no pré-sal rende R$ 5,7 bilhões extras ao governo em 2025. PPSA prepara reestruturação e criação de diretoria dedicada ao gás natural, mirando expansão da produção até 2029

A elevação da produção no pré-sal trouxe fôlego inesperado para as contas públicas. De acordo com o último boletim bimestral dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, o governo contará com R$ 5,7 bilhões adicionais em 2025, fruto do crescimento das receitas de royalties do petróleo.
Mesmo assim, os desafios fiscais permanecem. Apesar do reforço com o pré-sal, o bloqueio orçamentário subiu para R$ 12,1 bilhões, em função da alta das despesas obrigatórias. Ainda assim, a entrada de novas receitas atenua parte da pressão sobre o orçamento.
Leilões e contratos impulsionam arrecadação
Este reforço se soma ao aumento de R$ 17,9 bilhões projetados em julho, quando o governo incluiu no cálculo a realização de um leilão em dezembro para volumes ainda não contratados no pré-sal. Também pesaram a venda direta do petróleo da União e o acordo de individualização da produção do campo de Jubarte, na Bacia de Campos.
Foi justamente esse movimento que permitiu ao governo, no final de julho, reduzir o congelamento de gastos e liberar R$ 20,6 bilhões do orçamento. O petróleo, mais uma vez, se mostra como aliado estratégico das finanças públicas.
PPSA mira expansão e aposta no gás natural
O crescimento da produção também gera impactos dentro da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), estatal responsável pela gestão dos contratos de partilha. A companhia prepara uma reestruturação com a criação de uma nova diretoria voltada ao gás natural, separando essa função da área atualmente responsável pela comercialização do petróleo da União.
A medida acompanha a estratégia do governo, que já planeja um leilão em 2026 para comercializar a parcela de gás natural pertencente à União. A expectativa é usar esse recurso como forma de injetar gás no mercado brasileiro a preços mais competitivos.
De acordo com a PPSA, a produção de petróleo sob contratos de partilha deve dobrar entre 2024 e 2029, saindo de 1 milhão para 2 milhões de barris por dia. O destaque, no entanto, está no gás natural: a extração deve quintuplicar, alcançando 16,8 milhões de m³/dia no mesmo período.
Esse salto será possível com a entrada em operação de pelo menos seis novas plataformas no campo de Búzios, localizado na Bacia de Santos. A Petrobras, parceira central no pré-sal, vem acelerando cronogramas para antecipar tanto a produção quanto o fluxo de caixa associado.