Entenda em oito pontos a avaliação na Margem Equatorial para liberar exploração de petróleo
Esta é a etapa final do processo de licenciamento ambiental para a perfuração em águas profundas

O processo de exploração de petróleo pela Petrobras entrou no último passo para conseguir o licenciamento ambiental, conduzido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A APO (Avaliação Pré-Operacional) visa testar a eficácia do plano de resposta a emergências apresentado pela Petrobras e deve durar de três a quatro dias.

Saiba os detalhes
– Como a Petrobras vai atuar durante a APO?
A partir do cenário emergencial definido pelo Ibama no início do exercício, a Petrobras irá atuar com os recursos previstos para resposta, que envolvem a mobilização de embarcações, veículos, centros de fauna e aeronaves.
– Quais equipamentos serão mobilizados?
- 6 embarcações equipadas para contenção e recolhimento de óleo;
- 1 navio-sonda;
- 3 aeronaves que poderão ser utilizadas para resgate aeromédico, resgate de fauna e monitoramento aéreo;
- 6 embarcações adicionais dedicadas e equipadas com recursos e especialistas para atendimento à fauna;
- 2 Centros de Atendimento e Reabilitação de Fauna (CAF), sendo um em Oiapoque (AP) e outro em Belém (PA).
– O que são os Centros de Atendimento e Reabilitação de Fauna?
São estruturas semelhantes a hospitais veterinários, com ambulatório, salas de estabilização, atendimento, centro cirúrgico e outros espaços dedicados ao cuidado de aves, mamíferos marinhos, tartarugas, golfinhos e peixes-boi. Os dois centros já estão prontos para operar.
– Quantas pessoas serão envolvidas no simulado?
A Petrobras mobilizará cerca de 400 pessoas para o exercício.
– Vai ocorrer alguma perfuração de poço durante a APO?
Não. A perfuração somente será realizada após a concessão da licença pelo Ibama.
– A Petrobras já participou de algum exercício desse porte?
Sim. O mais recente foi em setembro de 2023, na Margem Equatorial, Bacia Potiguar. Na ocasião, a Petrobras obteve a Licença de Operação para o bloco BM-POT-17.
– Haverá simulação de chegada de óleo à costa?
Não. Em todas as modelagens realizadas nos estudos de correntes e marés, foi descartada a possibilidade de o óleo atingir a costa em caso de ocorrência. O local de pesquisa está a 175 km da costa do Amapá e a mais de 500 km da Foz do Rio Amazonas.
– Quanto tempo depois da APO a Petrobras receberá a licença para perfurar?
Cabe ao Ibama definir os próximos passos e prazos após a realização do exercício.
“Luta diária”
Na semana passada, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, definiu como uma “luta diária” a obtenção da autorização para explorar o primeiro poço no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial.

“Nossa batalha é diária até conseguirmos furar o primeiro poço na Margem Equatorial. Quero deixar uma mensagem importante para a sociedade: temos um histórico de perfurações no Estado do Amapá sem nenhum acidente. Esse novo poço está a 500 quilômetros da Foz do Amazonas. As correntes marinhas são paralelas à costa. Há um conjunto de questões que evitam que os manguezais sejam afetados em um eventual acidente”, enfatizou a diretora.
A Petrobras espera abrir, nos próximos dias, a “janela de realização” dos testes de confiabilidade do seu plano de emergência.