Banner principalPolítica Nacional

Entenda como o cerco da PF e do STF sobre Bolsonaro mexe com o tabuleiro político para 2026

Centro-direita vê chance de caminhar sem o ex-presidente, mas precisa de seu aval para garantir seu eleitorado; Lula perde apoios importantes e Ciro Gomes volta a se apresentar como voz relevante

As recentes investidas do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro, que o colocaram em prisão domiciliar e revelaram desentendimentos entre ele e aliados – incluindo o filho Eduardo -, às vésperas de um novo julgamento, mexeram de vez com o tabuleiro político de 2026. O episódio acelerou discussões no centro político, mobilizou a esquerda e reposicionou lideranças tradicionais da direita em torno da sucessão presidencial.

No campo do centro e centro-direita, a avaliação de líderes do União Brasil, Progressistas e Republicanos é de que o desgaste da família Bolsonaro abriu espaço para novos nomes. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como alternativa viável, citado por dirigentes como alguém capaz de dialogar com eleitores bolsonaristas sem carregar integralmente o peso das crises do ex-presidente.

No entanto, aliados recomendam manter uma “distância segura”, já que a ruptura direta com Bolsonaro ainda poderia ser interpretada como traição. Outro governador citado é Ronaldo Caiado (Goiás), que também busca consolidar protagonismo.

Apesar das críticas internas e das declarações inflamadas de Carlos e Eduardo Bolsonaro contra líderes de centro-direita, o ex-presidente ainda mantém uma base estimada em cerca de 30% do eleitorado – força que torna qualquer candidatura à direita dependente, em algum grau, de seu aval.

Do outro lado, a esquerda monitora o processo com atenção. O presidente Lula tem se reunido com partidos de centro para medir apoio à sua tentativa de reeleição. Em encontros recentes, ouviu do PSD a possibilidade de candidatura própria com Ratinho Jr. (PR), enquanto o MDB sinalizou que pode se manter independente, embora uma eventual escolha de vice do partido na chapa petista aumentaria as chances de composição.

Lula reconhece o potencial de Tarcísio como adversário, mas tenta manter diálogo institucional com o Republicanos, legenda ligada ao governador paulista.

No meio desse rearranjo, Ciro Gomes voltou a se apresentar como voz relevante. Em ato que marcou a federação entre União Brasil e Progressistas, ele defendeu a formação de uma frente ampla que vá da centro-esquerda à centro-direita contra o que chama de “desastre” do governo Lula.

Embora avalie disputar o governo do Ceará, Ciro mantém interlocução com partidos de centro e direita e poderia ocupar espaço estratégico em uma coalizão que busque se distanciar tanto do PT quanto do bolsonarismo.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo