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Embraer se beneficia de tarifas dos EUA e acelera vendas no maior mercado aéreo do mundo com apoio de fábrica na Flórida

Isenção em tarifa de 39% fortalece competitividade da fabricante brasileira frente a rivais como Pilatus e Bombardier

A Embraer se beneficia de tarifas dos EUA após uma decisão que atingiu diretamente concorrentes internacionais. A fabricante suíça Pilatus suspendeu as entregas dos modelos executivos PC-12 e PC-24 para o mercado norte-americano devido à sobretaxa de 39% imposta pelo governo de Donald Trump. Com isso, a empresa brasileira, isenta dessa cobrança, encontra espaço para ampliar sua presença em um setor altamente competitivo.

Segundo especialistas em comércio exterior, como Daniel Cacetari, CEO da HKTC, o impacto sobre a Pilatus decorre do alto custo adicional que torna inviável a entrega imediata dos jatos. No caso da Embraer, a ausência de tarifas oferece uma vantagem significativa, especialmente em contratos de longo prazo.

Competição e nichos diferentes

Embora Pilatus e Embraer atuem no segmento de aviação executiva, seus nichos diferem. O PC-12 da Pilatus é um turbo-hélice monomotor para até oito passageiros, enquanto o PC-24 transporta até dez. Já a Embraer foca mais na aviação regional e comercial, com aeronaves como o E175, que comporta cerca de 80 passageiros.

Mesmo assim, a Embraer se beneficia de tarifas dos EUA indiretamente, pois o mercado de jatos executivos também inclui modelos brasileiros como o Praetor 600, capaz de voar de Londres a Nova York sem escalas, e o Phenom 300, referência em custo-benefício. A demanda reprimida de clientes que deixaram de receber aeronaves suíças pode migrar para opções da fabricante brasileira.

Concorrência com a Bombardier

A disputa com a canadense Bombardier é mais direta, sobretudo em jatos regionais e de médio porte. Apesar de o Canadá também enfrentar tarifas, a Embraer se destaca por oferecer aeronaves mais econômicas, versáteis e com múltiplas configurações para carga e passageiros. Segundo Cacetari, isso garante vantagem operacional e de qualidade, fatores decisivos em negociações internacionais.

A presença de uma fábrica na Flórida, nos Estados Unidos, também fortalece a posição da Embraer. A produção local elimina barreiras alfandegárias e garante rapidez no atendimento ao mercado interno americano, evitando riscos de colapso na aviação regional caso houvesse aplicação de tarifas.

Diferenciais tecnológicos e mercado futuro

A Embraer se beneficia de tarifas dos EUA não apenas por questões comerciais, mas também pelo reconhecimento tecnológico de seus modelos. Aeronaves como o Praetor 600 e o Phenom 100 entregam performance de alto nível, autonomia de voo superior e custo operacional competitivo.

O cenário atual cria uma janela estratégica para a Embraer consolidar presença nos Estados Unidos, especialmente em segmentos que valorizam eficiência, economia de combustível e versatilidade de operação. Além disso, a empresa pode conquistar clientes que, diante das tarifas sobre concorrentes, buscam alternativas confiáveis e financeiramente viáveis.

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