Margem Equatorial pode render R$ 1 trilhão ao Brasil e Petrobras
Operação de simulação de vazamento será iniciada para comprovar capacidade de conter derramamentos na Foz do Amazonas

A Petrobras e o Ibama marcaram para o próximo dia 24 a Avaliação Pré-Operacional (APO), passo decisivo para a licença de perfuração do poço exploratório da Margem Equatorial no litoral do Amapá. Antes disso, será realizado um simulado de vazamento de petróleo que deve durar de três a quatro dias, servindo como teste para as medidas de segurança e resposta rápida na região.
O objetivo é atender aos requisitos ambientais exigidos pelo Ibama, que negou a licença em 2023, e assim viabilizar a exploração de uma área que pode conter até 30 bilhões de barris de petróleo. A expectativa do governo é arrecadar cerca de R$ 1 trilhão com a produção ao longo dos próximos anos.
A importância estratégica para o Amapá e para o Brasil
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), comemorou o avanço no processo, chamando-o de “uma vitória do Amapá e do Brasil”. Ele ressaltou que o projeto pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, além de impulsionar investimentos em infraestrutura e logística no estado.
Para o Amapá, a licença de perfuração do poço exploratório da Margem Equatorial representa não apenas um ganho econômico, mas também uma oportunidade de consolidar sua participação no setor energético nacional. A localização estratégica, próxima à foz do Rio Amazonas, amplia o potencial logístico para exportações.
O que será testado no simulado
A simulação incluirá procedimentos de contenção de derramamento, deslocamento de embarcações especializadas, acionamento de barreiras de contenção e coordenação com equipes de emergência. O desempenho nesse exercício será determinante para que o Ibama dê o aval à operação.
De acordo com Sylvia dos Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras, a avaliação será conduzida de forma transparente e com acompanhamento de técnicos ambientais. Caso não haja intercorrências, a etapa seguinte será a autorização formal para início da perfuração.
Histórico e desafios do projeto
Desde a negativa inicial do Ibama, em 2023, a Petrobras vem ajustando o projeto para cumprir exigências relacionadas à biodiversidade marinha e ao plano de contingência. A região da Margem Equatorial é considerada sensível, abrigando ecossistemas únicos e rotas migratórias de espécies marinhas.
Por outro lado, defensores do projeto argumentam que a exploração pode ser feita com tecnologia de ponta e rígidos padrões de segurança, minimizando riscos ambientais e aproveitando o potencial econômico da região.
Perspectivas econômicas
Se confirmada, a licença de perfuração do poço exploratório da Margem Equatorial poderá atrair grandes empresas e fornecedores para o Amapá, criando um efeito multiplicador na economia local. O governo federal calcula que, com a produção em escala, parte significativa da arrecadação poderá ser destinada a investimentos sociais e de infraestrutura.