Fachin se prepara para comandar STF com gestão discreta e institucional
Atual vice-presidente do Supremo assume o tribunal em setembro; Fachin terá Moraes como vice

Na reta final do biênio de Luís Roberto Barroso à frente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin se prepara para assumir a presidência da corte em pouco mais de um mês. Atual vice-presidente do Supremo, ele tomará posse no dia 29 de setembro e terá como vice o ministro Alexandre de Moraes.
O presidente e o vice-presidente do STF são eleitos pelos ministros da corte em votação secreta para um mandato de dois anos, como prevê o regimento interno.
Entretanto, embora não seja uma regra, há uma tradição entre os magistrados de escolher sempre o ministro mais antigo que ainda não tenha ocupado a presidência da corte. O presidente do Supremo Tribunal Federal ocupa também o cargo de presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Gestão mais discreta e institucional
Segundo Nara Ayres Britto, advogada e coordenadora do curso de direito do Ibmec Brasília, a presidência de Fachin deverá trazer “uma gestão mais discreta e institucional, voltada à harmonia entre os Poderes.”
Para ela, o novo presidente deve “reforçar o papel do Supremo como guardião da Constituição, atuando com autocontenção e deixando para a arena política o que é da política”.
Trajetória
No STF desde 16 de junho de 2015, Fachin foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa.
Antes de chegar ao Supremo, construiu uma trajetória marcada pela atuação no Ministério da Justiça, como membro da comissão responsável por discutir a reforma do Poder Judiciário, e no Senado, onde colaborou na elaboração do novo Código Civil brasileiro.
Fachin também exerceu o cargo de procurador do Estado do Paraná entre 1990 e 2006 e atuou por anos na advocacia.
Últimos atos de Barroso
Antes de passar o comando a Fachin, Barroso quer encerrar julgamentos considerados prioritários. Entre eles, está a ação que discute se planos de saúde devem cobrir tratamentos fora da lista da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Também estão previstos no plenário casos como:
- Ação que questiona as regras da Convenção de Haia sobre o Sequestro Internacional de Crianças;
- Piso salarial da enfermagem;
- Validação dos planos locais do projeto Pena Justa, voltado à crise carcerária;
- Constitucionalidade das federações partidárias;
- Transporte gratuito de animais de assistência emocional em aeronaves;
- Questionamentos à Lei de Abuso de Autoridade;
- Ação da OAB contra normas que isentam o pagamento de honorários advocatícios em determinados acordos;
- Lei de Improbidade Administrativa, na qual o PSB defende que a suspensão de direitos políticos só ocorra com a comprovação de dolo.
Próximos presidentes
- Edson Fachin (2025 – 2027);
- Alexandre de Moraes (2027 – 2029);
- Kassio Nunes Marques (2029 – 2031);
- André Mendonça (2031 – 2033);
- Cristiano Zanin (2033 – 2035).