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Brasil virou o novo paraíso chinês? Exportações de terras raras brasileiras disparam e triplicam em 2025

Exportações destacam o Brasil no cenário global de minerais estratégicos

Crescimento que destaca o Brasil no cenário global de minerais estratégicos e acirra a disputa internacional por insumos de alta tecnologia

As exportações brasileiras de terras raras para a China registraram crescimento inédito em 2025, consolidando uma tendência que chama a atenção de especialistas e autoridades do setor mineral.

Conforme levantamento do Centro Empresarial Brasil-China (CEBC), as vendas do grupo de minerais ao mercado chinês triplicaram no primeiro semestre deste ano em relação a todo o volume exportado em 2024, alcançando US$ 6,7 milhões apenas nos primeiros seis meses do ano.

Esse salto nas exportações ocorre em um contexto global de grande valorização desses minerais, utilizados em tecnologias estratégicas e alvo de disputas comerciais entre as principais economias do mundo.

Apesar do valor representar uma fração diante do total das exportações brasileiras para a China no período – US$ 47,7 bilhões -, o avanço chama atenção pela alta demanda internacional por terras raras, consideradas insumos essenciais para a indústria de alta tecnologia.

Exportações de terras raras brasileiras para a China triplicam em 2025, destacando o Brasil no cenário global de minerais estratégicos

O que são terras raras e por que são estratégicas

O termo “terras raras” designa um grupo de 17 elementos químicos, cujas propriedades são insubstituíveis para a fabricação de componentes de alta performance.

Entre as principais aplicações desses elementos, destaca-se a produção de ímãs permanentes superpotentes, fundamentais para motores de veículos elétricos, turbinas eólicas, dispositivos eletrônicos e equipamentos médicos de última geração.

A relevância das terras raras é tamanha que elas figuram no centro das negociações entre China e Estados Unidos, protagonistas da chamada guerra comercial.

O controle do fornecimento desses minerais se tornou trunfo nas mesas de negociação, principalmente porque a China detém a liderança global tanto em reservas quanto em produção.

Segundo o relatório mais recente do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), divulgado em julho de 2025, o território chinês concentra 44 milhões de toneladas em reservas, sendo responsável por cerca de 70% da produção mundial.

O Brasil, por sua vez, ocupa a segunda colocação em reservas, com aproximadamente 21 milhões de toneladas, mas ainda apresenta produção muito aquém do seu potencial.

Exportações de terras raras brasileiras para a China

No cenário nacional, o Brasil encerrou o ano de 2024 com produção de apenas 20 toneladas de terras raras, número considerado modesto se comparado ao desempenho chinês, que atingiu 270 mil toneladas no mesmo período.

Especialistas apontam que o potencial brasileiro poderia impulsionar o país a ocupar papel de destaque no mercado internacional, desde que consiga superar desafios estruturais, tecnológicos e regulatórios que ainda limitam a exploração e a industrialização desses minerais em território nacional.

Importância das terras raras para a tecnologia e energia

Além disso, as terras raras ocupam posição central nas estratégias globais de transição energética e digitalização. Esses elementos são fundamentais para a fabricação de baterias de veículos elétricos, painéis solares, sistemas de geração eólica e diversos componentes eletrônicos presentes no cotidiano.

O domínio sobre a cadeia produtiva desses insumos representa vantagem competitiva, inclusive para setores como defesa, telecomunicações e medicina.

No entanto, a extração e o beneficiamento de terras raras exigem investimentos em tecnologia, infraestrutura e pesquisa, além de rigorosos controles ambientais.

O processo de separação dos elementos, por exemplo, demanda métodos sofisticados para evitar a geração de resíduos tóxicos, tornando o desafio ainda maior para países que buscam ampliar sua produção de maneira sustentável e responsável.

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