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Com exportações em queda para os EUA, Brasil fecha acordo com México e reage no agro

Nova parceria garante abertura de mercado para insumo usado na produção de ração, gelatina, colágeno e fertilizantes, em meio à queda nas exportações de carne para os EUA

O Brasil fechou acordo com o México para exportar ossos processados, em uma iniciativa que fortalece a presença do agronegócio nacional no mercado latino-americano. Segundo comunicado oficial do Itamaraty, a parceria garante a aprovação sanitária necessária para iniciar o envio do material, considerado valioso por diversos setores industriais.

A medida ocorre em meio a um cenário de retração das exportações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos, que caíram 80% no último trimestre. Com o novo acordo, o governo busca diversificar os destinos dos produtos agropecuários e ampliar a sustentabilidade do setor.

Indústria mexicana demanda insumo para múltiplos setores

Ossos processados são matéria-prima essencial para a produção de ração animal, gelatina, colágeno e fertilizantes, setores que têm crescido no mercado mexicano. Com o novo certificado sanitário aprovado, empresas brasileiras estão autorizadas a enviar o produto para o México, consolidando mais uma abertura de mercado para o agronegócio nacional.

México já importa quase US$ 3 bi em produtos agro do Brasil

De acordo com o Itamaraty, o México já importou mais de US$ 2,9 bilhões em produtos agropecuários do Brasil só em 2024, com destaque para soja, café, carnes e madeira. A inclusão dos ossos processados amplia esse portfólio, contribuindo para a sustentabilidade e a competitividade das duas economias.

Acordo tenta compensar perdas com queda nas exportações para os EUA

Desde o início de 2023, o Brasil alcançou 397 novas aberturas de mercado para o agronegócio, resultado de negociações bilaterais conduzidas por equipes do Mapa e do MRE. A estratégia busca compensar perdas em mercados como os Estados Unidos, onde as exportações de carne bovina brasileira caíram de 47,8 mil toneladas em abril para apenas 9,7 mil toneladas em julho, uma redução de 80%.

Governo vê subprodutos como aposta estratégica do agro

A queda antecede o novo tarifaço anunciado pelo ex-presidente Donald Trump, que deve entrar em vigor em 1º de agosto e impõe uma taxa adicional de 10% sobre produtos brasileiros. Apesar da retração, os EUA ainda são o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

A diversificação de mercados e a valorização de subprodutos, como os ossos processados, são vistas pelo governo como estratégias-chave para manter a competitividade do agronegócio brasileiro.

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