Política Nacional

Em defesa de Bolsonaro, PL ameaça guerra contra Motta e Alcolumbre

Após operação da PF, PL tentou derrubar o recesso parlamentar, mas ideia foi rejeitada por Hugo Motta e Davi Alcolumbre

Uma ala do Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro ameaça deflagrar guerra aberta contra os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). Esse grupo, visto como o mais radical da sigla, considera tornar os chefes do Legislativo os alvos das campanhas de rua e digital que serão travadas pela legenda contra as medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente.

A operação da Polícia Federal (PF) contra Bolsonaro na sexta-feira passada (187) gerou mobilização especial por parte de parlamentares do PL. Para organizar resposta coordenada, a oposição ainda tentou derrubar o recesso parlamentar, mas a ideia foi prontamente rejeitada por Motta e Alcolumbre.

Na segunda-feira (21), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), apontou que as tarefas seriam divididas nos eixos de alinhamento da comunicação do PL, “mobilizações internas na Câmara e Senado” e ação nacional para “dar voz ao presidente Bolsonaro”.

A ala radical do PL, no entanto, defende guerra nas redes sociais, que pode progredir para ações nas ruas contra Motta e Alcolumbre. O objetivo seria garantir as pautas do grupo no Legislativo, como a anistia aos presos do 8 de Janeiro e o fim do foro privilegiado. Além disso, os parlamentares devem pressionar, especialmente, o presidente do Senado para que ele paute os pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Inspiração na ala governista

Os membros mais radicais do Partido Liberal buscam referência, até mesmo, no outro lado ideológico. Isso porque bolsonaristas se inspiraram na estratégia do governo federal de pressionar Motta e a oposição nas redes sociais – com sucesso – por causa da decisão de Moraes favorável ao IOF.

Por outro lado, a ala menos radical do PL defende que um conflito aberto contra Motta e Alcolumbre iria representar prejuízo para o partido, que pode ficar cada vez mais isolado dentro do Congresso Nacional.

Ao chegar ao Brasil nessa quarta-feira (23), depois de uma viagem a Portugal, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que possível sanção dos Estados Unidos a Motta e Alcolumbre, assim como ocorreu contra ministros do STF, com a suspensão de vistos, poderia atrapalhar o andamento das pautas da oposição no Congresso. O governo Trump estaria cogitando estender as sanções aos líderes do Legislativo.

Flávio acredita que uma das razões que possa ter levado o governo norte-americano a avaliar as sanções foi uma possível omissão de Alcolumbre sobre pautar a votação do impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

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