Vem Magnitsky contra Moraes?
Legislação prevê sanções, como o bloqueio de contas bancárias e de bens em território americano, a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos

O governo dos Estados Unidos teria adiado a aplicação da Lei Magnitsky, dispositivo da legislação americana que permite a imposição de sanções econômicas, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido a dúvidas jurídicas
Aprovada em 2012, durante o governo de Barack Obama, a lei prevê sanções, como o bloqueio de contas bancárias e de bens em território americano, a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Mencionando interlocutores do Departamento de Estado americano, o jornal diz que a Casa Branca ficou em dúvidas sobre o embasamento jurídico de um eventual acionamento da Lei Magnitsky.
O receio era de que a Suprema Corte americana pudesse questionar a implementação do texto. Nos EUA, as restrições impostas pela Magnitsky são comparadas a uma “pena de morte financeira”.
A revogação do visto de Moraes
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de aliados no Supremo Tribunal Federal.
“O presidente dos Estados Unidos da America, Donald Trump, deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro, criou um processo de perseguição e censura tão abrangente que, não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”
O efeito das medidas anunciadas é apenas a proibição da entrada nos EUA dos indivíduos listados, ou seja, elas não interferem diretamente no processo contra Jair Bolsonaro, embora sejam usadas como instrumentos de pressão pela absolvição do ex-presidente.