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PF: Operação “Radier” apura esquema de fraudes licitatórias no Amapá

Ação apura desvios de recursos públicos em contratos de obras firmados com verbas federais nos municípios de Macapá, Santana e Pedra Branca do Amapari

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (17), a Operação Radier, com o objetivo de apurar possível existência de organização criminosa atuante no ramo da construção civil, responsável por esquema criminoso voltado à prática de fraudes licitatórias, corrupção ativa, passiva e falsidade ideológica, envolvendo recursos públicos oriundos de convênios federais no estado do Amapá.

Ao todo foram cumpridos vinte mandados de busca e apreensão, nas residências dos investigados e empresas envolvidas, nos municípios de Macapá, Santana e Pedra Branca do Amapari.

As investigações indicam que o suposto esquema operava principalmente nos municípios de Macapá, Santana e Pedra Branca do Amapari, onde empresas, com indícios de estrutura de fachada e ausência de capacidade operacional, eram reiteradamente vencedoras de licitações públicas voltadas à execução de obras de engenharia desde o ano de 2019.

Segundo apurado, os processos licitatórios eram supostamente direcionados para que apenas uma das empresas fosse habilitada ao final, mesmo sem empregados registrados ou sede compatível com o porte dos contratos. Em muitos casos, as empresas concorrentes eram desclassificadas ainda na fase de habilitação, o que levantou a suspeita de prévio ajuste entre os participantes do certame.

A PF encontrou indícios de que os contratos firmados, após adjudicação, sofriam aditivos com valores significativamente superiores aos parâmetros legais de correção, o que poderia apontar para superfaturamento e repartição dos lucros entre os envolvidos. Além disso, verificou-se que parte das obras não eram executadas pela empresa contratada, mas subdelegadas informalmente a outras companhias.

Apurou-se ainda, a circulação de dezenas de milhões de reais, com diversas operações de saque em espécie realizadas por pessoas sem vínculo formal com as empresas, sugerindo estratégia de ocultação e dissimulação de recursos ilícitos. Identificou-se também a transferência direta de valores para servidores públicos responsáveis por licitações ou por setores com capacidade de influenciar decisões administrativas.

A operação desta quinta-feira visa aprofundar as investigações, colher novos elementos de prova e interromper a atuação do grupo, que teria movimentado, apenas nos contratos analisados, mais de 80 milhões de reais em recursos públicos.

Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de capitais.

Celular recuperado

Durante as buscas, na residência de um dos donos de empresa investigada, no município de Santana, a Polícia Federal encontrou 100 cartuchos de munição calibre .36. O indivíduo foi preso em flagrante por posse ilegal de munição.

Esse mesmo homem tentou esconder o próprio celular da PF, jogando em um terreno baldio atrás de sua residência. No entanto, os policiais encontraram o aparelho celular e apreenderam.

Nota

Sobre a operação “Radier” da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 17, em Macapá, Santana e Mazagão.

A Prefeitura de Santana informa que não foi notificada na operação e que nenhum de seus prédios públicos foi alvo da ação policial. A Procuradoria da PMS busca mais detalhes que apontem algum tipo de ligação das investigações com servidores municipais.

A PMS informa ainda, que, caso haja algum indício de envolvimento por servidores ou por empresas que contenham contratos com à Prefeitura, serão tomadas providências urgentes com o rigor da lei. Por fim, a PMS se coloca a disposição da Polícia Federal para democratizar qualquer tipo de esclarecimentos.

Santana-AP, 17 de julho de 2025

Comunicação da Prefeitura de Santana

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