Política Nacional

À PF, advogado revela o que Cid disse sobre defesa: “Essa p… é minha”

Eduardo Kuntz teria se apresentado para representar Cid após pedido de Wajngarten, que teria ouvido de Cid insatisfação com a própria defesa

Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa do militar Marcelo Câmara, relatou que o também advogado Fabio Wajngarten o procurou logo após a prisão do ex-ajudante de ordem Mauro Cid informando que o tenente-coronel havia manifestado o desejo de trocar de defesa no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Kuntz depôs em inquérito que investiga possível obstrução de justiça.

Marcelo Câmara, como Cid, foi da ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com Kuntz, após ser acionado por Wajngarten, que atuava como assessor e defensor de Bolsonaro, ele acolheu o pedido e foi a Brasília logo depois da prisão de Cid. O advogado de Câmara disse que se encontrou com o ex-ajudante para falar sobre esse assunto, mas Cid teria dito “Essa p… é minha” e solicitado que Kuntz assumisse a defesa de outro militar também preso pela PF.

“Que na cidade de Brasília se encontrou com Mauro Cid na sede da Polícia Federal, oportunidade em que teve uma conversa reservada com Mauro Cid e Fabio Wajngarten; que Mauro Cid agradeceu a presença do declarante, mas disse que ‘essa pica é minha’, pedindo e indicando que o declarante fosse auxiliar o chefe da segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro, capitão Sergio Cordeiro, também preso nessa oportunidade e dizendo que conversaria oportunamente com o declarante; que essa foi a segunda indicação de Mauro Cid para que o declarante atuasse na defesa técnica de seus amigos”, disse Kuntz à PF.

O advogado é investigado em um inquérito da PF por supostamente tentar obstruir as investigações da trama golpista, após apresentar áudios e prints de diálogos com Cid em março do ano passado.

Depoimento

O depoimento de Kuntz durou cerca de cinco horas. No âmbito do julgamento sobre a suposta trama golpista liderada por Bolsonaro, Kuntz alegou que trocou mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator do ex-presidente.

As conversas teriam ocorrido pelo Instagram por meio da conta @gabrielar702, que teria o nome da esposa de Cid.

A troca de mensagens motivou Kuntz a pedir a nulidade da delação de Mauro Cid, que nega a troca de mensagens. No entanto, ele foi convocado a depor por suposta obstrução de justiça.

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