Servidores da Prefeitura de Santana são investigados por compra de votos e peculato
A Polícia Civil apura a entrega de equipamentos adquiridos com dinheiro público a eleitores santanenses no pleito de 2024.

Por Rubson Alves | TV Equinócio
A Polícia Civil do Amapá deflagrou na manhã desta quinta-feira (03) uma operação que investiga servidores públicos da Prefeitura Municipal de Santana acusados de cometer os crimes de peculato e compra de votos durante o período eleitoral de 2024. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na casa de quatro alvos, além de um galpão utilizado pelo Município.


A ação é da 2ª DP, sob o comando do delegado Fábio Araújo, que identificou que o esquema funcionava da seguinte forma: os equipamentos, mais especificamente motores rabeta, eram adquiridos com dinheiro público para fins de programas sociais, mas acabaram indo parar nas mãos de eleitores santanenses em troca de votos por intermédio dos envolvidos. Um ex-secretário, casado com uma mulher que é suplente na Câmara de Vereadores de Santana, é um dos alvos. Os nomes, no entanto, não foram divulgados.

Segundo o delegado Danilo Brito, coordenador do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) de Santana, os policiais foram ao depósito com o propósito de conferir o material e encontrar novas evidências.
“Os motores rabeta eram dados a eleitores em geral, tanto em Santana quanto em comunidades próximas. Conferimos a quantidade de equipamentos que ainda existiam lá para analisar se batia com o quantitativo que levantamos durante as investigações”, afirmou.
O delegado disse ainda que a investigação partiu de um crime inicialmente registrado como furto. No entanto, depois foi descoberta a existência da prática delituosa.
“No decorrer das investigações, vimos que houve uma falsa comunicação de crime e que o fato se tratava, na verdade, de crime eleitoral vinculado à compra de votos e peculato”, concluiu.
Durante as buscas nas residências, também foram apreendidos celulares, notebooks e papeis, que serão analisados para confirmar a autoria dos crimes e identificar o envolvimento de mais pessoas.

A operação contou com o apoio da 1ª DP e do Ministério Público Eleitoral (MPE-AP). Além dos mandados cumpridos, também foram decretados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP) a quebra do sigilo telemático; o bloqueio de bens, como imóveis, veículos e contas bancárias; o afastamento cautelar dos servidores públicos envolvidos; a proibição de acesso às repartições públicas e prédios vinculados à Justiça santanense no curso das investigações, além da proibição de contato entre os investigados.
Os envolvidos terão as condutas analisadas ao fim do inquérito. A Polícia Civil investiga a participação de outras pessoas.
No início da tarde, a Prefeitura de Santana se manifestou por meio de nota enviada pela assessoria à TV Equinócio. Confira abaixo.
Nota
Na manhã desta quinta-feira, 03, a Prefeitura de Santana, ao saber da ação da Polícia Civil em um dos seus prédios, acionou de imediato, a Procuradoria Geral da PMS para acompanhar o caso.
Estão sendo atendidas as providências requisitadas pelo mandado judicial, incluindo as exonerações dos envolvidos, além de medidas administrativas de apuração que também já foram tomadas.
A Prefeitura de Santana reitera que não compactua com nenhum tipo de ação ilícita, e que está à disposição para ajudar nas investigações.
Comunicação/PMS