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Ifap propõe Campus Fluvial para levar educação profissional aos ribeirinhos

Funcionando em uma embarcação (imagem do projeto), Campus Fluvial vai levar o ensino até quem vive às margens dos rios

Em um movimento estratégico para a expansão da educação profissional, o Instituto Federal do Amapá (Ifap) busca a interiorização e a aproximação com as populações mais tradicionais do estado, dentre elas, a ribeirinha, por meio da implantação de um campus fluvial. 

Com a oferta de qualificação profissional, o Ifap espera fortalecer a economia e promover o desenvolvimento sustentável, formando profissionais aptos a atuar em seu próprio território. A proposta foi formalizada junto ao Ministério da Educação e está em processo de análise de viabilidade.

Hoje com seis campus em funcionamento – Laranjal do Jari, Macapá, Oiapoque, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Santana – e um em construção, no município de Tartarugalzinho – o Ifap considera que a implantação da futura unidade pode ser inserida no plano de expansão dos Institutos Federais em execução pelo Ministério da Educação, promovendo a inclusão das populações ribeirinhas, historicamente mais isoladas, como é o caso daquelas localizadas na foz do Rio Amazonas.

O formato “fluvial” do campus sinaliza uma estrutura pensada para o acesso por embarcação, atendendo diretamente às comunidades locais ou até mesmo às mais isoladas para a oferta de cursos de qualificação profissional, desde a formação inicial e continuada (FIC) até a graduação ou pós-graduação. Este modelo representa uma adaptação à logística regional, levando o ensino até quem vive às margens dos rios e longe dos grandes centros urbanos.

De acordo com o presidente da comissão responsável pela elaboração do estudo sobre o Campus Fluvial no Ifap, Olavo Nylander Brito Neto, “será uma unidade voltada ao atendimento de comunidades ribeirinhas no estado do Amapá, com ênfase no Arquipélago do Bailique, que abrange oito ilhas e mais de setenta comunidades”.

Mas a expectativa é que o campus possa contemplar também parte da Ilha do Marajó (PA), atualmente não assistida por unidades da Rede Federal. Para Olavo Nylander, “trata-se de uma proposta inovadora no âmbito da Rede Federal, promovendo inclusão social e desenvolvimento sustentável por meio da educação profissional”.

Cursos voltados à realidade local

campus está sendo “desenhado” para ofertar cursos nas áreas de Sistemas de Energias Renováveis, Agricultura Familiar, Condução de Turismo, Pesca e áreas correlatas para atender à demanda local que se concentra em atividades rurais e extrativistas.

Cerca de 800 vagas devem ser ofertadas por ano nas diversas modalidades de ensino, garantindo o acesso à educação técnica e tecnológica, profissionalização, pesquisa, extensão e inovação. Ao mesmo tempo, serão geradas oportunidades para ingresso no serviço público por meio de concursos e seleções de profissionais docentes e técnicos.

De acordo com o reitor do Ifap, Romaro Silva, historicamente, desde a criação das primeiras escolas de artifício e, depois, com a Rede Federal, as instituições de ensino ficaram restritas aos grandes centros e às capitais.

“A partir de 2008, com a expansão e a democratização por meio da criação dos institutos federais, nós começamos a ter uma capilaridade dentro dos territórios brasileiros. Aos olhos do governo federal, regiões como a Ilha do Marajó e as Ilhas do Bailique compõem um espaço necessário para que o Estado consiga chegar com a educação pública”, explicou o reitor.

Segundo o gestor, o Campus Fluvial “seria uma unidade que teria como missão levar educação profissional para essas regiões, para esses territórios, por meio dos nossos rios, em especial pela realidade que compõe o cenário amazônico”.

“Estamos na fase inicial, fizemos o projeto, desenhamos, levantamos os custos, protocolamos no Ministério da Educação e agora nós precisamos do aporte financeiro, obviamente, para a implantação, que pode ser feito via PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) ou emenda parlamentar ou pelo próprio MEC”, explicou o reitor.

“Acreditamos que o apelo social tem um papel fundamental neste processo e se é o que a comunidade quer ela pode nos ajudar junto às autoridades políticas”, disse Romaro Silva, explicando o processo atual do projeto e como ele pode se tornar uma realidade. O projeto foi protocolado junto ao MEC e aguarda aprovação. Caso aprovado, recebe a autorização para funcionamento e o aporte financeiro para aquisição de toda a estrutura.

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