Carros

Neta Auto seguirá no Brasil, apesar de baixa nas vendas

Marca chinesa vendeu apenas 51 veículos em seis meses de operação, mas reafirma compromisso com mercado brasileiro

A Neta Auto confirmou que manterá suas operações no Brasil, mesmo enfrentando desempenho comercial abaixo das expectativas. A marca chinesa, controlada pela Hozon, vendeu apenas 51 veículos desde novembro de 2024, quando iniciou suas atividades no país.

Em maio de 2025, a empresa registrou apenas cinco emplacamentos, segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). O baixo volume de vendas contrasta com o estoque disponível de aproximadamente 800 veículos no porto de Cariacica, no Espírito Santo.

A companhia está desenvolvendo novas estratégias comerciais para impulsionar os resultados, incluindo a possibilidade de vendas diretas. As redes sociais da marca no Brasil foram reativadas, assim como o site oficial, que estava em manutenção.

Rede de distribuição limitada

Atualmente, a Neta Auto opera com duas lojas funcionando no país: uma no Rio de Janeiro e outra em Juazeiro, na Bahia. Outras três unidades estão com status “em construção”, conforme informações disponíveis no site oficial da marca.

O portfólio brasileiro inclui dois modelos elétricos: o Aya, com preço a partir de R$ 133.900, e o X, por R$ 209.990. Ambos são oferecidos com desconto de R$ 10 mil sobre o preço de tabela.

A empresa oferece pacote de benefícios que inclui financiamento com taxa zero, IPVA grátis, Wallbox e emplacamento sem custo. O valor total dos subsídios para compra chega a R$ 25 mil, segundo a própria marca.

Crise na matriz chinesa

Na China, a Neta Auto enfrenta situação crítica com dívidas de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, equivalente a quase R$ 8 bilhões. A empresa paralisou a produção desde fevereiro de 2025, quando fabricou apenas 740 unidades.

A fabricante sofreu queda de 98% nas vendas no mercado chinês e teve que deixar sua sede anterior devido ao término do contrato de locação. A companhia também reduziu em até 75% os salários dos funcionários remanescentes.

A situação gerou protestos de concessionários chineses, que se reuniram em abril na porta da fábrica em Tongxiang, província de Zhejiang, reivindicando soluções para supostos calotes. A empresa está envolvida em mais de 400 disputas judiciais e cerca de 90 processos de execução.

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