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Erika Hilton x Oruam: é sobre direitos humanos ou sobre idolatrar bandidagem?

Para um setor da esquerda, nunca foi sobre direitos humanos. Sempre foi sobre defender bandido. É disso que se trata: bandidolatria. E não vale generalizar. Nem toda esquerda é assim, nem toda direita é diferente. O culto ao criminoso, no Brasil, é uma prática bastante democrática. Tem de todo tipo e de todas as cores...

Para um setor da esquerda, nunca foi sobre direitos humanos. Sempre foi sobre defender bandido. É disso que se trata: bandidolatria. E não vale generalizar. Nem toda esquerda é assim, nem toda direita é diferente. O culto ao criminoso, no Brasil, é uma prática bastante democrática. Tem de todo tipo e de todas as cores partidárias.

Mas há um grupo específico, que inclusive causa ruído dentro da própria esquerda, ao qual pertence a deputada Erika Hilton. Um setor incapaz de ter empatia com vítimas de crime. Incapaz de lidar com violência sem desculpar e defender o agressor. Dizem defender minorias, mas acabam promovendo o que há de mais brutal contra elas.

O caso mais recente é o do rapper Oruam. Ele não é só filho de um dos maiores chefes do crime organizado do Brasil. Ele idolatra esse histórico. Vive e canta essa cultura. E agora Érika Hilton quer levá-lo para a política.

Oruam e seus amigos apareceram nas redes sociais ameaçando de estupro e morte a vereadora Amanda Vettorazzo. Esse setor da esquerda, que se diz feminista, calou. Foi bastante eloquente. Ameaçar mulheres de estupro vale para este setor como luta política legítima. Se não valesse, teriam se posicionado, concordando ou não com a vereadora.

Oruam também apoia o amigo que agrediu a namorada, achou ruim que ele foi preso. Isso para não falar no grau nojento de misoginia das letras. Estamos falando de alguém que está perfeitamente integrado no ambiente do crime organizado, onde mulheres têm os cabelos raspados e apanham se um traficante suspeita de traição.

Mesmo assim, segue sendo defendido por Hilton como símbolo de cultura de favela. O mesmo discurso que normaliza shows em áreas dominadas por facção e transforma violência em estilo de vida.

É mentira dizer que ele está sendo criminalizado por ser filho de traficante. É mentira dizer que sua arte está sendo censurada. O que está em discussão é levar o crime organizado para dentro da política. É transformar o método das facções em discurso político válido. O que Érika Hilton chama de representatividade, o povo chama de ameaça.

Porque, na prática, é isso. Quem vive nas periferias não quer mais bandido dando ordem. Não quer mais criança sendo recrutada. Não quer mulher sendo ameaçada. A esquerda que normaliza esse cenário perdeu completamente o contato com a realidade. Está preocupada em lacrar no Twitter. E esqueceu de ouvir quem vive sob o domínio do crime.

O filho de Pablo Escobar, por exemplo, até mudou de nome e fala abertamente contra o crime organizado. Oruam tatuou no peito a foto de Elias Maluco, que ele defende nas redes sociais. Trata-se do criminoso que matou o jornalista Tim Lopes, que investigava exploração sexual infantil nos bailes do tráfico.

Elias Maluco queimou os olhos de Tim Lopes com cigarro. Depois, com uma espada samurai, decepou as mãos, os pés e os braços do jornalista. Ainda vivo, ele foi colocado dentro de pneus. Jogaram diesel nele e puseram fogo. Oruam idolatra o autor deste crime. A população que Erika Hilton finge defender é oprimida e apavorada por gente que age assim.

A verdade é que o PSOL virou a encarnação do personagem Justo Veríssimo. Aquele do Chico Anysio que dizia “quero que o pobre se exploda”. Porque o que mais destrói a vida do pobre no Brasil é o crime organizado. E é justamente isso que eles querem colocar no poder.

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