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Leitura tática: Flávio Garcia explica virada do Remo sobre o Operário

Técnico interino do Clube do Remo detalha estratégia da virada, elogia mobilidade ofensiva e explica gestão física de Régis após vitória sobre o Operário-PR

Nem sempre as soluções mais eficazes nascem do planejamento mais longo. No futebol, decisões rápidas e ajustes pontuais podem mudar o rumo de um jogo – e até mesmo de uma temporada.

Foi o que aconteceu na noite deste domingo (8), no Mangueirão, quando o Clube do Remo venceu de virada o Operário-PR por 2 a 1, pela 11ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Sob o comando do técnico interino Flávio Garcia, o Leão Azul demonstrou poder de reação, leitura tática do adversário e soube se adaptar às circunstâncias da partida.

Na entrevista coletiva, Flávio atribuiu o resultado ao empenho coletivo, à preparação da semana e à aplicação dos atletas.

Segundo ele, a análise prévia do Operário revelou espaços entre as duas linhas de quatro do adversário, o que levou o Remo a buscar flutuações com os meias e laterais. No entanto, o time demorou a encaixar o ritmo no primeiro tempo.

“A gente estava muito ansioso para fazer o gol, acelerava demais no último terço”, afirmou. “Eu precisava de um meia, como o Régis, para jogar nas costas dos dois volantes e conseguir pifar. Foi o que aconteceu”, explicou. Com o novo trio ofensivo formado por Pedro Rocha, Adailton e Davó, o Remo ganhou mobilidade e confundiu a defesa do Operário, criando múltiplas oportunidades até conseguir os dois gols da virada.

A entrada de Alvarino também foi decisiva para conter o principal articulador rival, Boschilia, além de reforçar o jogo aéreo defensivo em um momento de pressão. “Tirei a referência dos zagueiros, os atacantes passaram a se movimentar mais e criamos várias chances nas costas da defesa”, explicou Flávio.

Entrada de Régis no 2º tempo

Ao comentar a entrada de Régis, que ajudou a mudar o panorama da partida e iniciar a reação azulina, Flávio foi direto: “A característica do Régis é diferente. Ele é o meia-classe, flutua nas costas do volante e tenta armar logo o ataque. Isso muda o ritmo do jogo”. E mudou. O meia entrou no segundo tempo e deu nova dinâmica ao setor ofensivo azulino, ocupando espaços onde o adversário já não conseguia reagir.

Segundo o treinador, o motivo de Régis não começar jogando tem sido a dificuldade em mantê-lo 100% fisicamente.

“Por causa de volume baixo de jogo, contusões a gente tem optado por mais intensidade no meio. O Pedro, por exemplo, estava muito bem. Difícil tirar”, explicou. Ainda assim, a entrada do camisa 10 foi determinante para a virada – e mostrou a profundidade do elenco remista. “O Dodô também pode jogar ali, ainda me dá o lado de campo. A gente conseguiu montar um elenco que se adapta, com variações”, completou.

Trabalho Psicológico

Flávio aproveitou a coletiva para destacar um nome que não aparece em campo, mas tem sido fundamental fora dele: o psicólogo do clube. “Cuida muito bem da cabeça dos atletas. O Kadu é um dos que vem sendo muito bem trabalhado. É importante reconhecer isso também”, frisou, apontando a preparação mental como um dos fatores que mantiveram o grupo forte diante das pressões da Série B.

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