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Junho Vermelho: Boa informação é principal ferramenta para enfrentar os desafios na campanha da doação de sangue

A falta de informação, a existência de mitos espalhados na sociedade e o medo de doenças. Esses são os principais entraves para enfrentar um desafio constante na área de saúde: a necessidade de doação de sangue, segundo profissionais de hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Por isso, este mês é o Junho Vermelho, dedicado a reforçar a importância de manter os estoques e de criar uma cultura de solidariedade e responsabilidade social. 

“Eu gostaria que as pessoas soubessem que o sangue não pode ser fabricado em laboratório ou ser vendido em farmácia. Isso significa que, sem doadores, não há como salvar pacientes que precisam de transfusões”, explicou a enfermeira da Unidade de Hematologia e Hemoterapia e vice-coordenadora do Grupo de Trabalho de Captação de Doadores do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-Ufal/Ebserh), Ingryd Leylane de Holanda Galvão. Ela destacou a importância das campanhas para divulgar informação de qualidade sobre o tema e sensibilizar potenciais doadores. 

A hematologista e chefe da Unidade de Hematologia e Hemoterapia do HUPAA-Ufal, Luciana de Andrade Pereira, reforça a importância da campanha, lembrando que até mesmo pessoas que não podem doar – por problemas de saúde, idade ou baixo peso – têm como contribuir, estimulando novos doadores. “Não há substituto para o sangue, por isso é preciso incentivar a doação regular”, afirmou. 

A doação deve ser contínua 

A biomédica e supervisora da Agência Transfusional do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh), Mariana Rodrigues Alves, acrescentou que o sangue tem prazo de validade, o que aumenta a necessidade de doação contínua.

“Um concentrado de plaquetas, por exemplo, tem validade de cinco dias. Outro ponto é que cada tipo sanguíneo tem uma demanda diferente e, além disso, para o paciente que precisa de uma transfusão, o sangue só existe se alguém decidir doar”, detalhou. 

Segundo ela, por todo esse quadro, a campanha do Junho Vermelho ganha importância. “A transfusão de sangue é essencial em diversas situações, como cirurgias, acidentes, tratamentos de doenças crônicas. Campanhas concentradas ajudam a reforçar esse tema na sociedade e lembram que a doação deve ser um ato contínuo”, afirmou. 

Hematologista aponta mitos 

A hematologista Laise Viana Alves, responsável pela Agência Transfusional do Hospital Universitário da Universidade Federal do Pará (HU-Unifap/Ebserh), afirmou que, embora a doação seja simples e segura, ainda existem muitos mitos que fomentam o medo.

“Muitas pessoas têm medo do processo da doação ou de adoecer se não conseguir continuar doando, por exemplo. Existe muita falsa informação que permeia o processo de doação e dificulta a sensibilização dos doadores”, explicou. 

Segundo ela, além da campanha nacional do Junho Vermelho, o HU-Unifap promove diariamente o estímulo à doação durante as atividades essenciais.

“Estamos preparando um mês voltado para a sensibilização dos doadores em potencial e fidelização dos doadores já existentes, tanto funcionários do HU quanto familiares e acompanhantes dos pacientes”, disse. 

Campanha e homenagem ao doador 

A responsável técnica pela Agência Transfusional do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes/Ebserh), Sibia Soraya Marcondes, disse que a campanha do Junho Vermelho tem como objetivo promover a informação e a conscientização.

Além disso, a campanha visa reconhecer e agradecer aos doadores voluntários e não remunerados. Vale lembrar que o dia 14 de junho é o Dia Mundial do Doador. 

“O sangue é insubstituível e essencial para tratamentos médicos, emergências, cirurgias e cuidados com pacientes com doenças crônicas”, afirmou a médica. Ela faz questão de deixar seu agradecimento a todos que se envolvem na doação de sangue, tanto no ato de doar quanto no incentivo à doação. Colaboradores dos hospitais e pacientes também manifestam sua gratidão. 

Requisitos para Doação de Sangue 

  • Idade: 16 a 69 anos (menores de 18 anos com autorização; primeira doação até 60 anos). 
  • Peso: Acima de 50 quilos. 
  • Saúde: Estar saudável, sem sintomas de gripe, febre ou infecções. 
  • Alimentação: Não doar em jejum; evitar alimentos gordurosos nas 4 horas antes da doação. 
  • Intervalo entre doações: homens – a cada 2 meses (máximo de 4 vezes por ano) e mulheres – a cada 3 meses (máximo de 3 vezes por ano). 
  • Triagem: Realização de triagem antes da doação para garantir segurança. 
  • Exames: Testes para doenças transmissíveis, como HIV, hepatites B e C, sífilis, entre outras. 
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