Apesar de fuga e ordem de prisão, Motta silencia sobre caso Zambelli
Presidente da Câmara evita o assunto desde terça-feira (3), quando a deputada anunciou que estava fora do Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), mantém o silêncio sobre a situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que saiu do Brasil depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é alvo de um mandado de prisão preventiva.
Desde terça-feira (4/6), quando Zambelli anunciou que estava fora do país, Motta evita falar sobre o assunto nos corredores do Congresso.

A oposição na Câmara cobra que o presidente da Câmara se manifeste. O grupo entende que a parlamentar é “vítima de perseguição” e que a determinação de sua prisão “é absurda”, mesmo ela já estando condenada pela Primeira Turma do STF.
“Diante de tamanha gravidade e da total ausência de precedentes na história do Parlamento brasileiro, a presidência da Câmara dos Deputados – na figura do presidente Hugo Motta – tem o dever constitucional, institucional e moral de se manifestar com firmeza e urgência”, disse um trecho da nota divulgada na quarta-feira (4) pela liderança da oposição.
Apesar da declaração da oposição por meio de nota, deputados do grupo tem evitado dar entrevistas e falar sobre o caso da parlamentar.
Da condenação até a fuga
- Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
- Em coletiva convocada por Zambelli após ser condenada, ela citou problemas de saúde e disse que não sobreviveria à cadeia. “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou.
- Apesar de ter a perda de mandato determinada pelo STF, Zambelli não perdeu o cargo automaticamente. A perda da função de deputada só pode ser concretizada pela Câmara. O que já está valendo é a inelegibilidade da parlamentar por oito anos.
- Em 23 de maio, a defesa de Zambelli recorreu da decisão que a condenou e apresentou embargos declaratórios.
- Em 25 de maio, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).