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Veja como Brasil será afetado pela tarifa de 50% sobre aço e alumínio imposta por Trump

Brasil é o segundo país que mais exporta aço para os EUA, tendo enviado 4,1 milhões de toneladas em 2024

A partir desta quarta-feira (4), os Estados Unidos passarão a cobrar tarifas de 50% sobre aço e alumínio importados. A taxa é o dobro do que tinha sido imposto em março. Todos os países, com exceção do Reino Unido, foram afetados. O Brasil é o segundo país que mais exporta aço para os EUA. Em 2024, foram 4,1 milhões de toneladas enviadas ao país, segundo o Departamento de Comércio dos EUA.

No caso do alumínio, a participação do Brasil nas importações dos EUA é pequena, menos de 1%, segundo a Abal (Associação Brasileira do Alumínio). No entanto, os norte-americanos são parceiros estratégicos, representando 16,8% das exportações brasileiras do metal em 2024 – o equivalente a US$ 267 milhões e 72,4 mil toneladas.

Em 2024, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o aço e o alumínio foram responsáveis por US$ 3,2 bilhões das exportações brasileiras.

De acordo com o secretário-executivo do IBCIS (Instituto Brasileiro de Comércio Internacional, Investimentos e Sustentabilidade), Leandro Barcelos, a medida de Trump traz implicações significativas para as cadeias produtivas globais e pode desencadear retaliações comerciais.

No caso do Brasil, ele explica que o impacto é duplo. “Por um lado, setores que utilizam aço e alumínio como insumos básicos – como o automobilístico, o de construção civil e o de bens de capital – enfrentam o risco de elevação dos custos produtivos devido às oscilações do mercado internacional, o que pode reduzir as margens de lucro e comprometer a competitividade no mercado global”, observa.

“Por outro lado, uma possível retaliação comercial por parte dos EUA pode gerar barreiras para as exportações brasileiras, prejudicando o fluxo de comércio bilateral e forçando o setor a buscar alternativas para diversificação de mercados e insumos”, completa.

Por isso, Barcelos afirma que o Brasil precisa buscar negociar com os EUA, a exemplo do Reino Unido, para conseguir chegar a um acordo.

“Diante desse cenário, é imperativo que as empresas e o governo brasileiro adotem medidas estratégicas para mitigar os efeitos adversos dessa política protecionista. O governo brasileiro deve intensificar as negociações comerciais bilaterais com os EUA para tentar chegar em um acordo específico para redução das tarifas para o Brasil, assim como o Reino Unido já fez e foi o único país não afetado pela nova medida”, diz.

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