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Com R$ 35 bilhões em dívidas, Azul anuncia recuperação judicial nos EUA

Aérea pretende reduzir dívida à metade e consolidar sociedade com as concorrentes United e American Airlines

A Azul Linhas Aéreas encontrou um novo remédio para tentar se curar de uma dívida bilionária e criar fôlego exuberante no mercado da aviação. O novo ‘tratamento’ deixa a tão falada fusão com a GOL de lado e parte para uma recuperação judicial nos Estados Unidos, remédio este já tomado com sucesso pela LATAM há alguns anos e com as últimas doses sendo bem administradas pela própria GOL.

O ‘Chapter 11′, como o processo de recuperação é chamado nos Estados Unidos, permite que uma empresa se recupere financeiramente – renegociando dívidas com credores e novos parceiros – sem interrupção de suas operações.

O novo capítulo na retomada de fôlego da companhia com sede em Campinas (SP) passa por uma sociedade com as concorrentes americanas United Airlines e American Airlines, que deverão injetar futuramente, cada, algo entre US$ 100 e US$ 150 milhões, como anunciou O CEO da Azul John Rodgerson.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Rodgerson afirmou que em 2019 a aérea pagava R$ 150 milhões em juros por ano e que em 2024 esse valor subiu R$ 1,6 bilhão, valor que representa R$ 67 no preço de cada passagem vendida pela Azul. Há seis anos, eram R$ 10 por bilhete.

“Não recebemos ajuda no período da pandemia e ainda houve uma desvalorização cambial do real em 50%”, afirmou o executivo à Folha.

A companhia anunciou em outubro do ano passado a conclusão de um acordo com seus arrendadores de aeronaves (lessores) e um acordo com os detentores de títulos existentes (bondholders), com o recebimento prometido de um financiamento adicional de R$ 825 milhões, além de mais R$ 1,4 bilhão após a conclusão de documentações pertinentes, e outros R$ 550 milhões após a finalização de outras condições já em negociação. John Rodgerson confirmou agora que as empresas donas das aeronaves alugadas à Azul passarão uma borracha nas dívidas e que credores trocarão as pendências por participação acionária. Entre os fundos e instituições credoras, o desconto chegará a US$ 950 milhões das dívidas em troca das ações.

Este mês a Azul reportou lucro líquido de R$ 783,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 1,1 bilhão para o mesmo período de 2024. No critério ajustado, houve prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, ampliando a cifra também negativa de R$ 324,2 milhões registrada um ano antes.

A dívida total protocolada pela aérea no ‘Chapter 11′ é de R$ 35 bilhões e a expectativa é que ao final do processo de recuperação – previsto pelo CEO da Azul para durar entre 6 e 12 meses – esse valor seja reduzido à metade. Com a inciativa de recuperação judicial nos Estados Unidos, a companhia aérea altera no Brasil sua listagem na Bolsa e passa à classificação para “corporation”, com ações exclusivamente ordinárias.

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