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Mestre Sacaca: Mangueira vai levar as tradições amapaenses para o maior Carnaval do Mundo

Agremiação carnavalesca do Rio de Janeiro levará Mestre Sacaca e a Amazônia negra para a Marquês de Sapucaí, potencializando o Amapá

O Amapá e seu povo estarão presentes na Marquês de Sapucaí, no Carnaval 2026, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Nesta sexta-feira, 16, a Estação Primeira de Mangueira anunciou o enredo para o desfile do ano que vem: “Mestre Sacaca do encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra”.

A escola, que é a paixão nacional e destaque entre as campeãs do Carnaval do Rio, vai levar para a avenida aspectos que tornam o Amapá um estado único e, conduzindo o samba-enredo, homenageia Raimundo dos Santos Souza.

“Mestre Sacaca” marcou a história amapaense como conhecedor do poder medicinal das plantas da Amazônia, foi defensor da floresta, esportista e incentivador da cultura, se destacando como rei momo do carnaval amapaense.

O governador do Amapá, Clécio Luís, explicou que a homenagem ao Amapá foi sugerida pelo mangueirense Marcelo Freixo, que se encantou pelo estado. Os carros alegóricos e fantasias, a evolução na avenida e o samba-enredo vão mostrar a Amazônia e tudo o que ela representa, por meio das pessoas.

“Agradecemos por a cultura e a história do Amapá, um estado de saberes amazônicos essenciais para o nosso país. Ficamos bastante encantados com as histórias e por conhecer elementos únicos. É um estado tão necessário e que o povo vai conhecer melhor por meio da Mangueira”, destacou a presidenta da Mangueira, Guanayra Firmino, em ligação ao governador.

Como fio condutor, será apresentada a história de Sacaca, que curava não só as pessoas mas também a vida da cidade, por meio de garrafadas, chás e unguentos. Em 2026, o carnaval celebra os 100 anos de seu nascimento.

“Fomos pegos de surpresa por essa novidade tão agradável. Sabemos do trabalho importante que meu pai deixou. Estamos muito agradecidos e dispostos a ajudar a dar tudo certo. Não é todo dia que nosso pai será homenageado pela melhor escola de samba do mundo. É Deus quem apontou para a Mangueira homenagear meu pai”, descreveu o filho do homenageado, José Raimundo Souza, o “Do Sacaca”.

Sacaca morreu em 1999, aos 73 anos, no entanto, o trabalho dele deixou marcas no estado, sendo reconhecido até hoje pelas pessoas e por instituições. Em 2018, no Rio de Janeiro, ele recebeu uma homenagem póstuma, com a mais alta condecoração da Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture.

A Mangueira levará o Amapá para o palco que se reluz e atrai os olhos do mundo na festa mais tradicional do país. Na Sapucaí, o público poderá conhecer mais sobre o estado marcado pela diversidade na natureza e na própria cultura, guardião de saberes antigos e de brasilidades, e que desempenha um papel essencial para a conservação do meio ambiente e para a resistência contra as mudanças climáticas.

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