Um Janjapalooza literalmente de mentirinha em Moscou
Dilma Rousseff, ex-estoquista de vento, hoje presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS, ficará responsável pela leitura dos votos

Por Ricardo Kertzman
Ainda que pareça desnecessário, mas diante de “tempos estranhos”, um aviso importante: a história abaixo não é real. É apenas uma bem-humorada crônica sobre a – aí, sim, real, infelizmente – infame viagem de Lula à Rússia, de Putin. Às vezes, a melhor crítica é o humor. Vamos lá…
Um calor abafado incomum paira sobre Moscou nestes primeiros dias de maio.
A Praça Vermelha está tomada por um palco monumental, montado para a cerimônia simbólica dos 80 anos da vitória soviética contra o nazismo e, de quebra, para um segundo evento igualmente histórico: o primeiro Janjapalooza in Moscow, que terá como ápice, após a apresentação de cantores amigos do PT, recebendo cachês milionários pagos por estatais deficitárias – sob sigilo de 100 anos pedido pela “AGU do Bessias” -, a renovação das bodas de Lula e Janja, com direito a benção intercontinental e padrinhos geopolíticos à altura.
Lula, como sempre, unirá o útil ao cerimonial: “Viemos homenagear os heróis do povo russo e também renovar esse amor revolucionário que eu e Janjinha carregamos desde os tempos em que o Brasil tinha regras fiscais”. A “primeira-blogueira” (by FMB), emocionada e conectada ao 2G instável do Kremlin, transmitirá – claro! – tudo em tempo real no Instagram, com os devidos filtros temáticos: pombas da paz e martelos e foices voando sobre bailarinos do Bolshoi.
O padrinho? Ninguém menos que Vladimir Putin, o amigão ditador que fez questão de oferecer os salões do Kremlin como espaço nobre para a pajelança da companheirada vermelha. Chegará sorridente, sem camisa, montado num ursinho panda digitalizado por IA. “É um prazer unir forças com os camaradas tropicais”, dirá o tirano, antes de distribuir pins do BRICS aos convidados VIP – ditadores e terroristas escolhidos a dedo.
Tá só começando
A celebração ficará a cargo do novo papa, Leão XIV, ainda cercado de especulações após a sua consagração: enquanto trumpistas dizem que foi graças ao verdadeiro papa, Donald Trump, progressistas juram tratar-se da reencarnação do papa Francisco. Bolsonaristas andam dizendo que, em verdade, assim como Lula morreu e há outro em seu lugar, no Vaticano acontece o mesmo, mas de forma oposta, afinal, Elvis não morreu!
As alianças serão trazidas por um pajem improvável: Donald Trump. Convidado, aceitou o papel com entusiasmo, desde que possa carregar as joias em uma caixa da Trump Tower. Assistindo a tudo pela TV, o casal Bolsonaro resmungará: “Quero ver a Janja devolver essas joias”.
Dilma Rousseff, ex-estoquista de vento e saudadora de mandioca, hoje presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS, ficará responsável pela leitura dos votos: “Celebramos, hoje, a derrota, digo vitória… contra o bolsonarismo, quero dizer nazismo… da Segunda Guerra Mundial, que, aliás, foi a última… antes da terceira… que, se tiver, esperamos que não ocorra… porque senão, se ocorrer, ninguém sobreviverá… acho que nem os cachorros que vão atrás de uma criança… enfim, quero falar do casamento do Lula e da Marisa… das bodas de Lula e Janja… vamos cantar répi bôrdei tu iu”. Ao final, será ovacionada por Gleisi Hoffmann.
Agora, o gran finale
O momento mais esperado da noite virá com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, por videoconferência em um telão, transmitindo graças a um hacker russo dissidente, codinome Delgatti, indicado por Carla Zambelli. Em trajes militares e com expressão fatigada, dirá ao mundo: “Enquanto vocês se divertem, a Ucrânia sangra. Mas parabéns ao casal. Que tenha mais sorte que o cessar-fogo que Trump prometeu.”
Sem entender nada, o presidente americano irá aplaudir, achando que era um comediante de stand-up. Putin irá babar de raiva. Janja fará coraçãozinho com as mãos. O papa desviará o olhar. E Lula dirá: “Eu não sei de nada, companheiro.”
Ao final, Leão XIV irá abençoar o casal com água superfaturada, trazida da transposição do Rio São Francisco e purificada em Havana por picaretas que juram encarnar Fidel Castro.