A perversidade lulopetista ataca outra vez
Lula "arrebentou" com os pobres no passado, e irá arrebentar mais uma vez

Por Ricardo Kertzman
Anos atrás, em 12 de agosto de 2016, escrevi uma coluna intitulada “Lula arrebentou com os pobres”. No final deste texto, a reproduzo na íntegra. À época, mostrava como o crédito farto e artificialmente “barato” produzido pelo petismo fez com que os mais pobres se endividassem, comprando bens de consumo duráveis e semiduráveis, que com o tempo se depreciaram ou simplesmente estragaram, e após anos, na impossibilidade de continuarem pagando as prestações “pornográficas” pelos juros embutidos, não apenas se mantiveram pobres (sem os bens ou o equivalente valor), mas com dívidas impagáveis e os nomes negativados pelas agências de crédito. Ou seja, deixaram de “não ter nada”, sem dívidas, para “não ter nada”, com dívidas.
Talvez um dos exemplos mais crassos tenha sido o financiamento em 70, 80 vezes de automóveis populares. Com o tempo, os impostos e as taxas sobre estes veículos foram sendo desprezados pelos proprietários, que não davam conta de pagar nem mesmo a manutenção, e com os atrasos nas prestações acabaram tendo o bem (os carros) retomado pelos agentes financiadores. Mais uma vez ficaram sem o patrimônio e com dívidas impagáveis.
Outros exemplos dessa prática nefasta foram o crédito estudantil e o crédito imobiliário. O brasileiro, de modo geral, não tem a chamada “educação financeira”. As camadas mais pobres e desinformadas, então, nem se fala. Foram seduzidas pela propaganda populista, compraram “sem medo de ser feliz” e se lascaram.
A hecatombe econômica produzida pelos governos Lula II e Dilma Rousseff foi a pá de cal. A inflação explodiu, os juros explodiram, o desemprego explodiu e os pobres, ou melhor, seus nomes e seus créditos, idem. É a esse mesmo modelo perverso que mais uma vez recorrem Lula e o PT na tentativa desesperada de se manterem no poder em 2026, haja vista o declínio da aprovação do governo e a reprovação pessoal do presidente da República, apontados em todas as últimas pesquisas de opinião.
Como distribuir fraldas, dentaduras, absorventes, culpar o Banco Central pela inflação e os ladrões imaginários pelo preço dos ovos não funciona mais, a saída, outra vez, é anunciar uma prosperidade tão falsa quanto as promessas do próprio Lula.
Chapéu alheio
Anunciado com estardalhaço e, ouso dizer, possível ilegalidade pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o próprio presidente Lula, o Crédito Consignado CLT carrega a ilusão de crédito barato. Mas como podem ser baratos juros de 2.5% a 3.5% ao mês – capitalizados passam de 30% a 40% ao ano?
Lembrando que parte deste empréstimo (crédito consignado) está atrelado ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não é do governo, mas do trabalhador e compulsoriamente tomado pelo Estado, que aplica mal e porcamente os recursos sem permitir que o próprio dono do dinheiro (o trabalhador) faça dele o uso que quiser e bem entender.
É o famoso “cumprimentar com o chapéu alheio”.
Não é novidade para ninguém o desequilíbrio fiscal, a inflação crescente – sobretudo dos alimentos -, os juros acachapantes e a flutuação imprevisível do dólar. Ou seja, um cenário econômico pra lá de intranquilo. Ao atirar mais dinheiro na economia, Lula retroalimenta este ciclo perverso acima. O mesmo filme visto antes, que resultou em recessão, desemprego e inadimplência recordes entre 2014 e 2016.
A falta de educação financeira do brasileiro, a sede por consumo e o populismo irresponsável do lulopetismo são uma mistura perigosa com dia, hora e data para explodir. E aqui não se trata de torcida contrária ou opinião, mas de fatos históricos. Lula arrebentou com os pobres no passado, e irá arrebentar mais uma vez.
“As pessoas agora podem ter crédito barato para sair do endividamento. Sair da mão do agiota, do banco que cobra até 10%, 12%, para procurar o crédito mais barato que elas puderem encontrar. O banco que cobrar menos, vá lá e faça a mudança“, profetizou o pai do Ronaldinho dos Negócios ao lançar o seu novo velho programa. Certas coisas têm tudo para dar errado e dão.
Como eu disse, já deram antes, darão outra vez. Mas Lula ou estará reeleito ou deixará mais uma herança verdadeiramente maldita. E não apenas ao seu sucessor, mas ao país, que perderá outra década tentando sair do buraco, como vem fazendo, sem sucesso. Leiam abaixo a coluna de nove atrás, mais atual do que nunca.