Novo apagão em Cuba deixa milhões sem energia
É o 4º apagão generalizado no país em menos de seis meses

Cuba enfrentou um novo apagão generalizado na noite de sexta-feira, 14, após uma falha na rede elétrica nacional, segundo o Ministério de Energia e Minas do país. A interrupção, que ocorreu por volta das 20h15 (horário local), afetou principalmente a capital, Havana, e outras áreas do oeste da ilha.
A falha teve origem em uma subestação elétrica localizada nos arredores de Havana, que causou a queda de energia em grande parte da região.
Testemunhas relataram que, enquanto o resto de Havana ficou totalmente às escuras, apenas alguns hotéis turísticos conseguiram manter o fornecimento com geradores a combustível. Relatos indicam que grande parte de Cuba, incluindo províncias a leste e oeste da capital, ficou sem energia elétrica, afetando boa parte dos 10 milhões de habitantes.
Este apagão é o quarto apagão generalizado em menos de seis meses, após uma série de falhas no sistema elétrico de Cuba, que já vinha enfrentando dificuldades devido à escassez de combustível, desastres naturais e uma grave crise econômica.
Sistema antiquado
O sistema de geração de energia de Cuba, considerado antiquado e falho, tem levado a apagões frequentes, com os desligamentos rotativos se tornando uma norma em várias regiões, incluindo Havana.
Segundo estimativas independentes, Cuba precisaria de até US$ 10 bilhões para reativar sua infraestrutura elétrica, um investimento fora do alcance do país e que levaria anos para ser concretizado.
A crise energética agrava a situação econômica precária da ilha, marcada por escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis, além de uma inflação descontrolada. O impacto tem levado milhares de cubanos a deixar o país: em 2023, ao menos 300 mil emigraram.
Em dezembro, Cuba sofreu um blecaute generalizado devido a uma falha na mesma usina de Antonio Guiteras, o terceiro em menos de dois meses. Situação semelhante ocorreu em novembro, após a passagem do furacão Rafael, e em outubro, quando uma pane na infraestrutura elétrica deixou a ilha sem luz por quatro dias.
Atualmente, o sistema elétrico cubano depende de oito usinas termelétricas ultrapassadas, geradores auxiliares e algumas usinas flutuantes alugadas de empresas turcas, que operam com combustível importado – outro recurso cada vez mais escasso no país.