
Por Núbia Pacheco
Nos últimos dias, o estado do Amapá tem se preparado para enfrentar um possível surto de febre amarela, após a confirmação de casos suspeitos de pessoas vindas do Pará. Até o momento 2 pessoas morreram. Ambas eram oriundas das ilhas do Pará, onde um surto, especialmente no município de Breves, está em curso.
De acordo com os dados mais recentes da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), 22 pessoas foram identificadas como suspeitas de febre amarela, das quais 12 tiveram a doença confirmada e duas morreram. É importante ressaltar que todos os casos confirmados, incluindo os óbitos, envolvem indivíduos que não estavam vacinados.

O principal risco que o surto no Pará representa para o Amapá é a reintrodução da transmissão do vírus no estado, é o que explica o superintendente da SVS Cassio Perteka.
“O risco é a reintrodução da transmissão aqui no estado. Nós não temos a transmissão da febre amarela no Amapá, em todos esses casos, eles tiveram contato la na região de Breves, se infectaram lá na região e vieram buscar o atendimento aqui, nós ainda não temos a transmissão, mas é importante que a gente mantenha a vacinação em dia”, detalhou o superintendente.
A letalidade da febre amarela em não vacinados é alarmante: a cada 10 pessoas que adoecem, 4 podem agravar e falecer, resultando em uma taxa de mortalidade de 40%.
Para evitar a propagação do vírus, é crucial que a população mantenha a vacinação em dia. Atualmente, a cobertura vacinal contra a febre amarela no Amapá é inferior a 50%, o que é preocupante.
Para aumentar a proteção da população, o Governo do Amapá intensificou a vacinação em pontos estratégicos, como os portos do Igarapé das Mulheres, Perpétuo Socorro, Canal do Jandiá, Cidade Nova, Pacoval e Rampa do Santa Inês, em Macapá. Esses locais são considerados as principais entradas de pessoas possivelmente infectadas.

Febre Amarela
A febre amarela é uma doença viral, prevenível por vacina, transmitida ao homem e a primatas não humanos (como macacos) por meio da picada de mosquitos infectados. A transmissão ocorre em dois ciclos: silvestre, em áreas rurais ou de floresta, e urbano. Importante destacar que não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
Cobertura Vacinal
Segundo registros da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), até o dia 5 de março de 2025, 61,53% da população do Amapá havia recebido a vacina contra a febre amarela. Os municípios com maior cobertura vacinal incluem Serra do Navio (103,51%), Vitória do Jari (100,54%) e Ferreira Gomes (74,63%). Em contrapartida, Macapá e Oiapoque apresentam as menores taxas, com 43,80% e 35,01%, respectivamente.

Alerta aos viajantes
Para aqueles que planejam viajar para áreas com transmissão da febre amarela ou regiões rurais e de mata, é fundamental verificar a carteira de vacinação. Quem ainda não tomou a vacina ou recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma Unidade de Saúde pelo menos dez dias antes da viagem para se imunizar e evitar a exposição ao vírus sem proteção.
A prevenção é a melhor forma de combater a febre amarela. A vacinação é a chave para proteger a população e evitar que o vírus se espalhe pelo Amapá.