
O setor siderúrgico brasileiro enfrenta um novo desafio com as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que devem impactar diretamente as exportações de aço. A partir desta quarta-feira (12), entra em vigor a tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio de diversos países, incluindo o Brasil. A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, pode comprometer um dos setores mais estratégicos da indústria nacional.
Em 2024, os EUA absorveram mais de 35% da produção brasileira de aço, consolidando-se como um dos principais mercados para o produto nacional. Com a nova tarifa, a siderurgia brasileira pode sofrer um impacto significativo, agravando um cenário já marcado pela capacidade ociosa e pela crescente pressão por competitividade no mercado interno.
Aço brasileiro: negociação e cautela
Diante do cenário de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, o governo brasileiro tem adotado uma estratégia de negociação para mitigar os impactos sobre a economia nacional. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, reuniu-se com representantes do governo norte-americano para debater a questão e defender a complementaridade entre as economias dos dois países, destacando que a balança comercial entre Brasil e EUA mantém-se equilibrada.
O senador Humberto Costa (PT-PE) avalia como acertada a decisão do governo de evitar uma escalada para uma guerra comercial e defende a continuidade do diálogo. “No caso do aço, o governo busca discutir a possibilidade de estabelecer cotas de exportação, o que evitaria um confronto direto”, explicou.
Impacto nas exportações e nas capacidades da indústria nacional
A indústria do aço no Brasil já opera abaixo de sua capacidade total, e a perda do mercado norte-americano representaria um duro golpe. Como grande parte das exportações brasileiras nesse setor é de aço semiacabado – que passa por etapas adicionais de transformação nos Estados Unidos -, a imposição de tarifas pode comprometer a competitividade das empresas nacionais.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) destaca que o Brasil ainda possui margem para expandir sua produção de aço. “Perder o mercado dos EUA seria prejudicial para a indústria, que tem potencial para crescer e ampliar suas vendas”, afirmou.
A busca por alternativas comerciais
Embora o Brasil enfrente desafios com as tarifas sobre o aço, a diplomacia e a negociação são consideradas as estratégias mais eficazes para mitigar os impactos. “O país deve buscar alternativas e explorar novos mercados, como a China, que tem registrado um aumento na demanda por aço”, concluiu o senador Plínio Valério (PSDB-AM).