Trump, “o cara que Bolsonaro apoia”, está lá, taxando, provoca Haddad
Ministro destacou que presidente americano adotou medidas protecionistas, enquanto Lula reduziu tributos sobre alimentos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alfinetou a nova rodada de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante sua participação no podcast Flow, ele comparou a política protecionista dos EUA com as recentes medidas do governo brasileiro para reduzir impostos sobre alimentos, citando, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Trump está lá, taxando. Você vê que coisa, né? O cara que o Bolsonaro apoia nos Estados Unidos tá querendo taxar o mundo inteiro e Lula acabou de anunciar redução do imposto de alimentos”, afirmou Haddad.
As novas tarifas dos EUA, que entraram em vigor na última terça-feira (4/3), fazem parte de uma estratégia para fortalecer a indústria norte-americana e equilibrar relações comerciais. A medida prevê:
- Taxa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, com exceção da energia canadense, que será taxada em 10%.
- Taxa de 20% sobre importações da China.
- A taxação abrange cerca de US$ 1,5 trilhão em importações anuais, tornando-se a ação protecionista mais ampla da gestão Trump.
A decisão pode ter impacto na economia global e afetar as relações comerciais dos EUA com diversos países, incluindo o Brasil.
Efeito no Brasil e risco de sobretaxas
Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente atingido pelas novas tarifas, há preocupação com setores estratégicos da economia. Produtos como aço, alumínio, madeira e etanol estão no radar das sobretaxações.
O mercado de madeira pode ser um dos mais afetados, já que os EUA são o destino de 42,4% das exportações brasileiras do setor. O aço e o alumínio, dois dos principais produtos brasileiros exportados para os EUA, também correm risco de taxação.
No caso do etanol, a política de “tarifas recíprocas” defendida por Trump pode levar ao aumento da atual taxa de 2,5% sobre o produto brasileiro, em resposta à tarifa de 18% aplicada pelo Brasil ao etanol norte-americano.