Artigo

A Ordem da Maçonaria

Por Luis Marcos ([email protected])

A Maçonaria é uma Ordem que causa sentimentos diversos em diversas pessoas. Quando não se é Maçom, fala-se mal da Ordem. As pessoas, mormente aquelas que não podem ingressar na Sublime Ordem, têm um pouco de despeito e falar mal seria uma forma de tentar denegri-la.

Ninguém nasce Maçom, mas pode se tornar um. Assim como ninguém nasce sabendo andar de bicicleta, mas quando se aprende, jamais se esquece.

Da mesma forma a Maçonaria. Quando se ingressa (se inicia), nunca mais deixa de ser. Pode até ocorrerem situações de falta de comprometimento, ou acomodação em não ir mais para as sessões, ou até mesmo uma eliminação por qualquer motivo, talvez até uma expulsão, enfim, seja qual for a causa, o Maçom será Maçom ad aeternum. Vale dizer, para sempre.

Mas, por que se fala mal da Ordem? Porque não a conhecem. Porque não a estudam. Porque mais fácil defenestrá-la a elogiá-la. “Os Maçons têm segredos”, dizem muitos. E têm os Maçons seus secretismos? A resposta é sim. Por óbvio que nós os temos. Mas hoje, contrariamente aos idos de antigamente, nós nos reunimos em locais sabidamente maçônicos, vale dizer, nós não nos homiziamos para realizar nossas
reuniões. Nossos templos estão à vista de todos, inclusive das autoridades constituídas, seja no Brasil, seja no Japão, ou até mesmo em países de cultura diversificada, como Irã, Paquistão, Jordânia, etc.

E podemos dizer quais são esses nossos secretismos? Claro que sim. Nós nos reunimos para discutir qualquer assunto, à exceção de política externa e religião. Daí que, na Maçonaria não há de se falar em proscrição de religião, ao contrário, recepcionamos qualquer profissão de fé, desde que não haja discussão dentro dos templos. E política dentro de Loja (nome dado aos templos maçônicos), só a interna, jamais política de ideologias externas.

Outra questão que discutimos é a nossa equiparação total entre Irmãos, porque todos os Maçons são Irmãos. Todos os nossos títulos profanos (não maçons), comendas externas, graduações e postos militares, e tudo mais que o Maçom possa ter na vida cotidiana, ficam no portão de entrada do edifício maçônico. Daí que, ao adentrarmos em nossos estabelecimentos maçônicos, não só no templo, mas nas
secretarias e tudo mais, nós nos igualamos na Irmandade.

O soldado não precisa prestar continência para o Coronel, bem assim, o estudante de direito não necessita chamar o Ministro de Vossa Excelência. Todos nos colocamos no mesmo patamar, o patamar da igualdade, da fraternidade e da liberdade.

Se isso não satisfaz aos incrédulos, trago aqui o nosso único segredo que na verdade nem se poderia de chamá-lo assim, talvez “meios de comunicação”. Explico: qualquer Maçom em qualquer lugar do mundo pode reconhecer outro Maçom. E isso se dá primeiro, da lógica de que todo Irmão reconhece outro Irmão.

Claro. Os nossos “meios de comunicação”, sejam através de sinais, palavras ou até toques de mão são os nossos mais caros segredos. Assim, um Maçom brasileiro ao aeroportar em Tóquio, pode reconhecer um Irmão apenas de olhá-lo, seja porque lançaram um gesto, seja porque trocaram palavras de Ordem, seja porque o japinha esteja em uma posição maçônica.

Ora, isso só tem lugar entre os Maçons. E se alguém pode imaginar que outrem inicie na Ordem e desaparece sem nunca mais voltar, não pensem que ensinamos tudo de uma só vez. A Maçonaria é uma faculdade que leva o neófito a pensar, estudar, crescer, subir de grau e degrau, e assim, ir ganhando novas formas de se comunicar. O iniciado pode até ser Maçom porque compareceu uma única vez no templo, mas isso será facilmente identificado por um Irmão de mais alta “patente”, digo, grau,
dentro da Maçonaria.

Por isso, dentre outras situações que podem ser ditas aos profanos, temos nossas escadas para subirmos os degraus. Temos nossos Irmãos para nos confiarem cargos importantes dentro dos templos. Temos palavras e votos para discutirmos nossos assuntos em Loja.

Temos ainda uma legislação aplicável à Maçonaria. Nossas leis seguem as leis de nosso país. Temos:

  • Constituição;
  • Lei Penal;
  • Lei Processual Penal;
  • Regulamento Geral;
  • Lei Eleitoral;
  • Regimentos Internos.

Pode-se depreender que somos obedientes às leis, à hierarquia Maçônica, mas antes disso, defendemos nossa Pátria, nossa Nação, nossos Governantes, enfim, defendemos nosso país.

Temos ainda um grande apreço pelos nossos semelhantes, mas nossa família de sangue deve estar sempre em primeiro lugar.

Por fim, se tivermos que conceituar Maçonaria, não definir, porque este verbete é comum, aquele é individual, assim a conceituaríamos: “Uma Ordem iniciática, velada por símbolos e alegorias, que tem
por objetivo o engrandecimento pessoal, do Irmão, da família, do semelhante e da Pátria”.

Dissecando: “ORDEM INICIÁTICA” porque só se nela ingressa por uma cerimônia chamada INICIAÇÃO. “VELADA POR SÍMBOLOS” porque nos apegamos a instrumentos usados no passado por nossos Irmãos operativos, instrumentos como colher de pedreiro, prumo, régua, etc. “ALEGORIAS” porque temos nossos trajes típicos como nossos aventais, colares, etc. “ENGRANDECIMENTO PESSOAL, DO IRMÃO, DA
FAMÍLIA, DO SEMELHANTE E DA PÁTRIA” eis que primeiro temos de crescer e aprender para depois ensinarmos aos outros, difundindo nossos aprendizados para com todos.

Espero que, com este artigo bem simples, possamos entregar nossa Sublime Ordem a todas as pessoas sem qualquer preconceito, até porque, -“não nos julguem pelo que viemos fazer aqui”;

  • “guardamos nossos segredos em lugar seguro, reunindo neste ato
    fidelidade, fidelidade, fidelidade”.
  • “e assim nos reunimos no nível, agimos no prumo e partimos no
    esquadro”.

Obrigado!!!

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