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Autor: EDISON ROBERTO FONSECA FRAZÃO
Era dia de pagamento na MOVELARIA PAU PEREIRA. Não é preciso dizer que todos estavam ávidos para receberem o seu merecido salário. Depois de uma intensa e árdua jornada de labuta diária, enfim chegou o grande dia.
Cada um dos presentes tinha um motivo particular para comparecer no dia, hora e local estabelecido pelo patrão.
Com a chegada do pessoal, logo o burburinho correu a boca miúda: “Só quero ver se vão me pagar direitinho!“
Os mais desconfiados e exaltados formavam uma espécie de “Petit comité” e já ensaiavam um grito de guerra: “Martelos unidos, jamais serão vencidos“! parodiando o dito popular, devidamente orquestrado pelo xerife Valdomiro.
Como nem tudo que reluz é ouro… apareceu a turma do “te acomoda”.
Agora danou-se, exclamou Zé Florêncio referindo-se aos trabalhadores que foram contratados na última semana dos trabalhos, se comparados com os que estavam desde o início da empreitada, “além de fazerem essa onda toda, provavelmente vão querer receber o mesmo que nos que estávamos desde o começo. Eu heim! Ainda mais essa”
O tesoureiro Argemiro, cioso de suas obrigações e preocupado com os controles contábeis do seu caixa, vendo aquela confusão toda ficou preocupado. Pediu ajuda do seu fiel assistente Florêncio que logo organizou uma fila básica para proceder o pagamento prometido pelo patrão, mas foi logo sutilmente avisando: – Aqui penetra não tem vez, é melhor pegar o beco!
Pois não é que com toda essa organização apareceu um penetra.
Em casa de ferreiro o espeto é de pau… Sorte dele, que um dos presentes intercedeu em seu favor atestando que trabalhava como ajudante.
Parece coisa feita, logo o pau quebrou na casa de Noca… foi quando os mensalistas recusaram o seu pagamento. O ponto da discórdia foi o valor contante nos seus Holerites que era o mesmo dos contratados por quinzena. Estava estabelecida a confusão.
E agora? O que fazer? Chama o Patrão! Exclamou Argemiro.
Calma! Calma!… Gente, não é preciso essa confusão toda. Vamos resolver.
O bom Patrão Mateus com toda sua experiência e bom senso, conclamou a todos em raciocinarem consigo para em conjunto encontrarem uma saída para a situação, da seguinte forma:
Senhores, é tradição milenar: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão primeiros. Porque muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos”
O que me dizem agora? Estão satisfeitos? Todos concordaram e voltaram para seus lares contentes e satisfeitos e prontos para o trabalho no dia seguinte.