Na contramão de outros países, Brasil segue cauteloso sobre tarifaço de Trump
Enquanto Canadá e UE prometem reciprocidade à taxação em 25% do aço e alumínio imposta pelos EUA, Brasil prefere aguardar
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As tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem entrar em vigor a partir de 12 de março para todos os países, incluindo o Brasil, de acordo com as declarações emitidas pela Casa Branca.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, com um total de 4,08 milhões de toneladas exportadas somente em 2024, ficando atrás apenas do Canadá, que liderou com 5,95 milhões de toneladas.
O governo brasileiro mantém a postura de cautela, preferindo não se pronunciar. No início da noite de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apenas lamentou a decisão e disse que medidas unilaterais, como essa, são “contraproducentes para a melhoria da economia global”.
“A economia global perde com isso, com essa retração, com essa desglobalização que está acontecendo”, afirmou o ministro, após encontro com Lula, no Palácio do Planalto.
Sobre a possibilidade de negociar condições melhores para a relação comercial entre os países, Haddad reconheceu que ainda não sabe qual a disposição do governo dos EUA para negociações.
A respeito das demandas do setor de aço e alumínio, o ministro ressaltou que se reúne com frequência com representantes do segmento e avalia que deve ter um novo encontro com essas lideranças após a volta de uma viagem que fará ao Oriente Médio, entre os próximos dias 14 e 20 de fevereiro.
A postura brasileira contrasta com a de outros países afetados. A União Europeia e o Canadá prometeram impor respostas duras ao “tarifaço” de Trump.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,disse que o bloco vai agir para proteger seus interesses econômicos. “Tarifas são impostos – ruins para os negócios, piores para os consumidores”, afirmou. “Tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta – elas desencadearão contramedidas firmes e proporcionais”, completou.